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Mais de 1 bilhão vivem com doenças mentais, alerta OMS

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Mais de 1 bilhão de pessoas convivem com doenças mentais, segundo os relatórios World Mental Health Today e Mental Health Atlas 2024 divulgados recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS destaca que essa situação acarreta grandes impactos sociais e econômicos, e reforça a necessidade de ampliar globalmente os serviços dedicados à proteção e promoção da saúde mental.

Os estudos apontam que as mulheres são mais afetadas desproporcionalmente, e transtornos como ansiedade e depressão, que são os mais frequentes, ocorrem em todas as nações e comunidades. Eles atingem pessoas de todas as idades e níveis socioeconômicos, representando a segunda principal causa de incapacidade a longo prazo. Além disso, elevam os custos com saúde e provocam perdas econômicas consideráveis mundialmente.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirma que “transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios da saúde pública”. Ele acrescenta que investir em saúde mental é investir em pessoas, comunidades e economias, e que nenhum país pode deixar de priorizar essa área, que deve ser vista como um direito básico e não privilégio.

Desafios e avanços

Há avanços positivos, pois a maioria dos países já implementa programas para promover saúde mental, incluindo ações na infância, escolas e prevenção do suicídio. Mais de 80% oferecem apoio psicossocial em situações de emergência, um aumento significativo em relação a 2020. Serviços ambulatoriais e teleatendimento também cresceram, ainda que de forma desigual.

Entretanto, o investimento governamental em saúde mental permanece baixo, em torno de 2% do orçamento de saúde, sem alterações desde 2017. Enquanto países ricos destinam até US$ 65 por pessoa, os de baixa renda gastam apenas US$ 0,04. Além disso, a média global é de 13 profissionais de saúde mental para cada 100 mil habitantes, uma escassez especialmente grave em países de baixa e média renda.

Embora tenham sido aprimoradas políticas e planos de saúde mental e ampliado o apoio psicossocial emergencial, poucas nações atualizaram suas legislações conforme padrões internacionais de direitos humanos. Menos de 10% completaram a transição para modelos de cuidado comunitário, permanecendo o atendimento majoritariamente em hospitais psiquiátricos, com taxas elevadas de internações involuntárias e longas permanências.

Além disso, a escassez de dados limita o monitoramento eficaz: apenas 22 países forneceram informações suficientes para estimar a cobertura em casos de psicose, sendo que menos de 10% recebem cuidados em países pobres contra mais de 50% nos ricos.

Prioridades para o futuro

  • Assegurar financiamento justo para serviços de saúde mental;
  • Promover reformas jurídicas que respeitem os direitos humanos;
  • Investir na formação e valorização dos profissionais da saúde mental;
  • Expandir os cuidados comunitários com foco nas necessidades individuais.

Onde buscar apoio

Se estiver enfrentando sofrimento mental ou conhece alguém nessa situação, existem serviços especializados disponíveis:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV): oferece apoio emocional gratuito 24 horas por dia, via telefone 188, e-mail ou chat pelo site.
  • Canal Pode Falar: iniciativa do Unicef para jovens entre 13 e 24 anos, com atendimento via WhatsApp de segunda a sexta, das 8h às 22h.
  • Sistema Único de Saúde (SUS): os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) atendem pacientes com transtornos mentais.
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