Mais de 100 ONGs alertam para crise alimentar grave na Faixa de Gaza

Mais de 100 organizações não governamentais (ONGs) emitiram um aviso nesta quarta-feira sobre uma grave crise alimentar na Faixa de Gaza, destacando a falta de suprimentos básicos enfrentada por seus próprios colaboradores.

Israel está sob crescente pressão internacional devido à situação humanitária crítica no território palestino, onde mais de 2 milhões de habitantes enfrentam quase dois anos de conflito severo.

Apesar de Israel ter começado a aliviar, em maio, um bloqueio que durou mais de dois meses, a população da Faixa de Gaza ainda enfrenta uma falta severa de alimentos e itens essenciais. Pessoas têm morrido ao tentar obter ajuda em pontos de distribuição.

Os 111 signatários da declaração, incluindo Médicos sem Fronteiras (MSF), Save the Children e Oxfam, alertaram: “Nossos colegas e aqueles que atendemos estão morrendo lentamente. Enquanto o bloqueio do governo israelense causa fome à população da Faixa de Gaza, os trabalhadores humanitários enfrentam as mesmas dificuldades para conseguir alimentos, arriscando a vida ao tentar alimentar suas famílias.”

As organizações exigem a negociação imediata de uma trégua, a reabertura das fronteiras e a livre passagem de ajuda humanitária pelos canais da ONU. A ONU informou que as forças israelenses já mataram mais de mil palestinos que tentavam receber ajuda alimentar desde o início das operações da Fundação Humanitária de Gaza, responsável pela distribuição da assistência, afastando o sistema da ONU.

Israel declara que a ajuda humanitária está chegando à Faixa de Gaza e acusa o grupo palestino Hamas de explorar o sofrimento dos civis.

As ONGs ressaltaram que existem grandes quantidades de ajuda parada em depósitos dentro e fora do território, não sendo entregues à população necessitada. “Os palestinos vivem um ciclo constante de esperança e sofrimento aguardando assistência e cessar-fogo. Isso representa não só uma dor física, mas também emocional. A luta pela sobrevivência parece inatingível.”