Mais de 3.000 migrantes morreram tentando chegar à Espanha em 2025, diz ONG

Em 2025, mais de três mil migrantes perderam suas vidas na tentativa de alcançar a Espanha, conforme revela um relatório divulgado nesta segunda-feira (29) pela ONG Caminando Fronteras. Esse número representa uma queda significativa em relação a 2024, fruto da diminuição nas tentativas de travessia.

A maioria das 3.090 fatalidades registradas até 15 de dezembro ocorreu na rota atlântica entre a África e o arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, considerada uma das mais perigosas globalmente, segundo a organização que luta pelos direitos dos migrantes.

O documento da Caminando Fronteras foi elaborado com base em chamadas de socorro feitas pelos próprios migrantes, depoimentos de familiares e estatísticas oficiais de resgate, confirmando a tendência apontada pelos dados governamentais mais recentes.

Segundo o Ministério do Interior, a Espanha recebeu 35.935 migrantes irregulares entre 1º de janeiro e 15 de dezembro deste ano, o que representa uma redução de 40,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior (60.311).

Quase metade das chegadas aconteceu pela rota atlântica até as Ilhas Canárias.

Embora o número de chegadas ao arquipélago tenha diminuído consideravelmente, uma nova rota migratória, mais longa e arriscada, surgiu com partidas da Guiné-Conacri, conforme observações da organização.

Do total de mortes em tragédias migratórias neste ano, a Caminando Fronteras contabiliza 192 mulheres e 437 crianças. A ONG também salienta o crescimento da migração irregular entre a Argélia e as ilhas turísticas de Ibiza e Formentera, no Mediterrâneo espanhol.