Conecte Conosco

Mundo

Mais de 50 mortos em ataques em Gaza; trégua em negociação no Catar

Publicado

em

O grupo islâmico palestino Hamas alertou que não haverá cessar-fogo enquanto Israel mantiver uma forte presença militar em Gaza, onde 52 pessoas foram mortas nesta quinta-feira (10) devido a bombardeios israelenses, conforme informações da Defesa Civil local.

As conversações para um acordo de trégua entre Hamas e Israel seguem em Doha pelo quinto dia consecutivo, com mediação dos Estados Unidos, Catar e Egito.

Um representante de alto escalão do Hamas, Basem Naim, declarou à AFP nesta quinta-feira que a organização está empenhada em finalizar a guerra o mais rápido possível. Contudo, ele enfatizou que as tropas israelenses devem ser retiradas da Faixa de Gaza.

“Não podemos aceitar a continuação da ocupação de nossas terras, nem a submissão do nosso povo em enclaves isolados sob controle das forças israelenses”, afirmou.

“Essa é a proposta apresentada pela delegação de negociação ao lado israelense em Doha”, acrescentou.

Na quarta-feira à noite, para garantir o sucesso das negociações, o grupo islamista também anunciou a intenção de liberar 10 reféns.

Durante o ataque surpresa do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, 251 pessoas foram sequestradas. Destas, 49 ainda permanecem na Faixa de Gaza, das quais 27 já foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

Na terça-feira, o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, revelou que o rascunho do acordo inclui uma trégua de 60 dias e a devolução de 10 reféns vivos e nove mortos.

Apesar do otimismo expresso por diversas autoridades israelenses, o Hamas ressaltou que questões essenciais ainda estão em negociação, incluindo a chegada de ajuda humanitária ao território sitiado, a retirada das tropas israelenses e garantias para um cessar-fogo permanente.

Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçou na quarta-feira que os objetivos de seu país são a libertação de todos os reféns — vivos e mortos — e a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas.

O ataque de 7 de outubro resultou em 1.219 mortos do lado israelense, em sua maioria civis, segundo dados oficiais e contagem da AFP.

Já na Faixa de Gaza, pelo menos 57.600 palestinos, também em sua maioria civis, perderam a vida na ofensiva de Israel como retaliação, conforme dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

A ofensiva israelense prossegue nesta quinta-feira em Gaza, com pelo menos 52 mortes relatadas pela Defesa Civil local.

Mohamed al-Mughayyir, funcionário da agência de emergência, informou que os ataques mataram inclusive três pessoas que aguardavam ajuda humanitária. Dezessete vítimas, entre elas oito crianças, morreram em bombardeios contra um grupo próximo a um centro médico na cidade de Deir al-Balah, centro de Gaza.

“Estamos exaustos. Todos os dias falam em cessar-fogo, mas a violência segue”, lamentou a palestina Um Ahmed.

O exército israelense não se manifestou sobre esses ataques até o momento.

Mais de dois milhões de palestinos vivem em situação humanitária crítica no território, enquanto o governo israelense controla a entrada de ajuda internacional.

Diante deste cenário, a União Europeia anunciou nesta quinta-feira um acordo com Israel para ampliar a entrega de ajuda humanitária diretamente à população de Gaza.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, declarou nas redes sociais que o acordo resultará em mais passagens abertas e maior entrada de caminhões carregados com ajuda e alimentos no território.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados