Centro-Oeste
Mais de um milhão de pessoas vivem em áreas protegidas no DF

Com 39,2% da população residindo em Unidades de Conservação (UCs), o Distrito Federal possui 1.102.590 habitantes em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Esses números foram divulgados em 11 de julho de 2022 pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em uma pesquisa inédita.
O DF lidera como a unidade da federação com a maior proporção de moradores em UCs, contando também com 13.702 pessoas em zonas de interesse ecológico especial e 368 residindo em reservas biológicas, totalizando 36 Unidades de Conservação. Por se tratar da primeira pesquisa histórica deste tipo, não há comparações possíveis com anos anteriores.
Segundo o IBGE, 91,2% dos moradores das UCs estão em áreas urbanas e 8,8% em rurais. As APAs são as unidades com maior número de habitantes, destacando-se a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, com 564.867 moradores; seguida da APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, com 360.760; e da APA do Lago Paranoá, com 118.601.
Em 2022, 82,4% da população em Unidades de Conservação residia em áreas federais, 10,4% em unidades estaduais e 7,2% em áreas combinadas de ambas as esferas. Do total de 988,2 mil domicílios recenseados, 360.584 estavam localizados em UCs.
Perfil da população residente
A maioria dos residentes em UCs no DF é parda (52,1%), seguida de pessoas brancas (35,4%) e pretas (11,8%). Há uma distribuição equilibrada entre os sexos: 50,8% mulheres e 49,2% homens. Os maiores contingentes femininos estão nas faixas etárias de 35 a 44 anos, enquanto nos homens predominam as faixas de 20 a 24 anos e 40 a 44 anos. Mais da metade dos moradores tem 30 anos ou mais.
Dos 872.781 residentes com 15 anos ou mais, 840.069 sabiam ler e escrever, resultando em uma taxa de alfabetização de 96,2%, ligeiramente inferior à taxa geral da população local, que é 97,2%.
Infraestrutura domiciliar
A infraestrutura é adequada na maioria dos domicílios em Unidades de Conservação: 97,7% possuem abastecimento de água e rede de esgoto predominante, 99,8% têm banheiro de uso exclusivo e 86,6% destinam o esgoto para redes coletoras ou sistemas sépticos adequados. Entretanto, 13,4% ainda usam sistemas rudimentares ou não possuem saneamento.
Uso sustentável e cuidados ambientais
Morgana Bruno, coordenadora do curso de Ciências Biológicas na Universidade Católica de Brasília (UCB), destaca que nessas áreas de uso sustentável, é fundamental respeitar regras que preservem a flora e fauna locais, como manter áreas intactas e evitar a impermeabilização do solo.
Morgana ressalta a importância de manter animais domésticos, como gatos e cachorros, dentro de casa para não prejudicar a fauna silvestre, já que esses animais são predadores naturais de espécies locais, como pássaros e gambás.
Ela também relaciona o grande número de habitantes dessas áreas com o aumento de atropelamentos de animais silvestres, mencionando o caso de 13 capivaras mortas por veículos no Lago Sul.
Os animais utilizam os corredores ecológicos para se movimentar e reproduzir, o que reforça a necessidade de monitoramento por parte das autoridades e cuidado redobrado da população para proteger a vida selvagem.

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