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Mais segurança nos abrigos gaúchos

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Denúncias de violência sexual fazem a prefeitura de Porto Alegre criar locais exclusivos para mulheres e crianças desalojadas

Em meio à tragédia ambiental que assola o Rio Grande do Sul, mulheres e crianças precisam de proteção extra. Seis pessoas foram presas no estado, suspeitas de cometerem crimes sexuais. O governador Eduardo Leite (PSDB) afirma que os casos ocorreram nos abrigos, durante os primeiros dias de calamidade pública.

Em resposta, Sebastião Melo(MDB), prefeito de Porto Alegre,onde ocorreram os crimes, anunciou a criação de abrigos exclusivos para mulheres e crianças,na quinta-feira, quando os casos vieram à tona. O primeiro será instalado neste fim de semana,no Foro Regional do Partenon, na zona leste da cidade. Segundo o prefeito, também foi contratada segurança privada para o local.

O tempo de resposta das autoridades, no entanto, foi visto como muito longo por ativistas sociais. Ontem, moradoras da capital e da região metropolitana seuniram e montaram abrigos poriniciativa própria.

“As mulheres estão adorando, estão se sentindo acolhidas.Estamos tentado fazer o máximo possível para elas se sentirem menos desconfortáveis com tudo que já está acontecendo. As crianças estão adorando, tem recreacionista, espaço kids para elas, está sendo uma diversão”, conta Deisi Brocca, voluntária que está coordenando um abrigo em Canoas — uma das cidades mais afetadas pelas enchentes, que já deixam 126 mortes.

Em menos de 24 horas funcionando, o abrigo está lotado com 100 pessoas. Deisi conta que, para suprir o local, estão fazendo campanha de doação para auxiliar tanto os abrigados quanto pessoas em vulnerabilidade que foram acolhidas nas casas de parentes e amigos.“Cerca de 180 mil pessoas foram atingidas em Canoas, tem gente na casa de parente, e,com 30 pessoas em uma casa,tem gente dormindo no chão.

Vulneráveis

“Mulheres e crianças são sempre mais vulneráveis, não só nessa situação. Esses agressores de mulheres sempre existiram e precisamos criar um projeto de proteção definitivo. Temos também outra situação, que é a falta de gestão com a questão ambiental. Essa inundação já era prevista”, diz Maria Isabel Bellini, ativista do meio ambiente e professora da PUC-RS.

O governador do estado visitou, ontem, um dos abrigos para o público em geral, para verificar o que pode ser feito em relação à segurança. “Veremos como a gente melhora divisórias, dá um pouco de privacidade”, exemplificou Leite sobre medidas a serem tomadas nos locais que abrigam vítimas das chuvas.

Saques

Além dos crimes sexuais, 41 pessoas foram presas por terem cometido crimes contra o patrimônio durante as enchentes. São os saqueadores. O governo estadual anunciou nesta semana que abriu edital com mil vagas para policiais militares atuarem na segurança pública durante a tragédia ambiental.De acordo com Leite, a segurança foi reforçada e haverá mais policiais militares patrulhando os abrigos. Deisi, no entanto, afirma que só conseguiu segurança para o local por meio de uma doação feita por uma empresa. Segundo ela, há rondas em alguns momentos do dia.

“Policiais com até 10 anos na reserva podem se inscrever e vão entrar em operação, especialmente, nos abrigos. Nosso foco é garantir segurança para as famílias. Já foram vítimas de uma tragédia, de um desastre, não podem ser vítimas da desassistência e da insegurança”, destacou o governador.

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