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Manifestação pede libertação de ativistas presos e ação firme do Brasil

Em um novo protesto pró-Palestina no centro de São Paulo, milhares de pessoas expressaram apoio aos ativistas detidos por Israel durante esta semana ao tentarem quebrar o bloqueio naval na Faixa de Gaza.
Os manifestantes também criticaram a agressividade da marinha israelense e a aparente falta de medidas concretas do governo brasileiro para proteger os 14 cidadãos brasileiros entre os muitos ativistas detidos.
Ziad Saifi, comerciante de origem libanesa, destacou: “O motivo principal da nossa presença aqui é a luta pela liberdade e o fim do genocídio na Palestina, além de manifestarmos nosso apoio à flotilha que foi capturada pelo estado de Israel em águas internacionais”.
Ele acrescentou que Israel comete crimes que precisam ser julgados e ressaltou o preconceito do Ocidente contra o mundo árabe, bem como a perseguição aos islâmicos e o genocídio do povo palestino.
Os participantes, vindos de diversos setores como partidos políticos, sindicatos, brasileiros de ascendência árabe e organizações estudantis, começaram a concentração na Avenida Paulista e seguiram caminhando até a Praça Roosevelt.
Bernardo Cerdeira, jornalista e ativista de longa data, resumiu a pauta: “Exigimos que o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, rompa as relações comerciais e diplomáticas com Israel. É inaceitável que o Brasil continue exportando petróleo e aço para um Estado que comete assassinatos e genocídio. A paz na região depende da eliminação desse Estado que emprega métodos nazistas e da existência de uma Palestina livre do rio ao mar, uma demanda quase unânime entre os presentes”.
O ato também relembrou a memória de Yasser Arafat, líder da Autoridade Palestina e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, que buscou a resolução do conflito no Oriente Médio antes de sua morte em 2004, antes da geração mais jovem que participou da manifestação nascer.
Sol, um jovem de 19 anos presente no protesto, declarou que apoia a resistência palestina como símbolo da luta anticolonial mundial.
Sobre a Flotilha Global Sumud
A Flotilha Global Sumud, composta por cerca de 50 embarcações e 461 ativistas de várias partes do mundo, levava suprimentos como alimentos e remédios para a Faixa de Gaza, buscando amenizar os efeitos do bloqueio israelense que causa fome e doenças na região.
Todos os barcos foram interceptados e seus tripulantes presos antes de alcançarem águas territoriais israelenses, utilizando força militar da marinha e força aérea. Entre as denúncias de violência, destaca-se o caso da ativista norueguesa Greta Thunberg, que teria sido arrastada e agredida como exemplo para os demais.
Marta da Silva Mendes, professora aposentada que acompanha a causa há anos, conclamou a defesa dos ativistas e das vítimas do genocídio.
Ativistas brasileiros detidos
Dentre os mais de 400 detidos, onze são brasileiros. O governo brasileiro considera a interceptação uma violação do direito internacional de liberdade de navegação, garantido por acordos das Nações Unidas, além de classificar como ilegal a detenção desses ativistas pacíficos.
Em comunicado divulgado na última quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro declarou que Israel deve responder por quaisquer atos ilegais e violentos praticados contra a flotilha e seus ativistas. Além disso, destacou que é responsabilidade das autoridades israelenses garantir a segurança, o bem-estar e a integridade física dos detidos enquanto estiverem sob custódia.

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