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Marinha busca corpo de estudante trans desaparecida

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A Marinha está realizando buscas neste sábado (19/7) para localizar o corpo de Carmen de Oliveira Alves, estudante trans desaparecida desde 12 de junho em Ilha Solteira, interior de São Paulo. O principal suspeito do crime é Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima e também estudante.

Antes do desaparecimento, o celular de Carmen indicou que ela esteve pela última vez na casa do namorado, localizada em um assentamento na cidade. A Marinha, utilizando um jet-ski, está fazendo buscas no rio São José dos Dourados para verificar se o corpo foi descartado na água. A ajuda dos militares foi solicitada pela Polícia Civil, por sua especialização em operações desse tipo.

O universitário Marcos Yuri Amorim é suspeito de matar a namorada por não aceitar o relacionamento. Ele também mantinha um envolvimento amoroso com o policial militar ambiental Roberto Carlos Oliveira. Ambos foram presos em 10 de julho, sob suspeita de participação no assassinato de Carmen.

A investigação indicou que os dois conspiraram juntos para matar e ocultar o corpo da estudante. O senhor delegado Miguel Rocha, responsável pelo caso, afirmou que os suspeitos têm uma relação que os conecta desde a infância de Carmen.

A polícia confirmou que Carmen nunca saiu de Ilha Solteira após o desaparecimento. Na última sexta-feira (11/7), cumpriram mandados de busca na casa do suspeito, com apoio da Guarda Municipal, Canil da Polícia Militar e drones para varreduras na extensa área.

Foram feitas perícias nas casas e veículos dos investigados para encontrar vestígios que expliquem o crime. Há a suspeita de que o corpo tenha sido lançado no rio da cidade, o que motivou a participação da Marinha do Brasil. Caso necessário, mergulhadores serão acionados para dar continuidade às buscas, iniciando por uma varredura visual nas margens e áreas próximas.

Carmen teria elaborado um dossiê com provas envolvendo crimes cometidos por Marcos Yuri, incluindo roubo e furto, para pressioná-lo a assumir a relação amorosa. A recusa do namorado em assumir esse relacionamento é apontada pelo delegado como motivação do crime.

A família da estudante expressou sua tristeza em nota publicada nas redes sociais, relatando a angústia e o sofrimento, e destacando que Carmen era uma mulher amada, estudiosa, trabalhadora, alegre, divertida, e sonhadora. A prisão dos suspeitos marcou o início de uma batalha longamente esperada pela justiça diante da complexidade e sensibilidade do caso, envolvendo uma mulher trans e negra.

A universidade Unesp, onde Carmen cursava zootecnia, divulgou uma nota de pesar pelo possível feminicídio, reiterando seu compromisso com a defesa da vida e o respeito à diversidade. A instituição mantém-se na expectativa do esclarecimento total dos fatos e não comentou sobre a situação disciplinar de Marcos Yuri na universidade.

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