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MEC vai comprar só livros de Português e Matemática para o ensino fundamental por falta de verba

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O Ministério da Educação (MEC) informou às editoras que não poderá adquirir todos os livros didáticos necessários para o ano letivo de 2026. Segundo Angelo Xavier, presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), o órgão comunicou que as crianças do primeiro ciclo do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) receberão apenas os livros de Português e Matemática.

No ensino médio, aproximadamente 40% dos livros serão comprados somente em 2026, o que pode gerar atrasos de até seis meses na distribuição.

— O orçamento disponível é de R$ 2 bilhões. Para a compra integral do previsto, seria necessário cerca de R$ 3 bilhões, segundo a estimativa dos editores. O governo menciona que o custo pode alcançar R$ 3,5 bilhões por conta das despesas de distribuição — explicou Angelo.

Estava prevista a compra de 165 milhões de exemplares para o ensino fundamental e médio, porém, a expectativa do setor é que apenas 79 milhões sejam efetivamente adquiridos.

Nos anos iniciais, os livros de História, Geografia e Ciências, do 1º ao 3º ano, assim como os de Artes, do 1º ao 5º ano, são considerados consumíveis, pois os estudantes escrevem e pintam neles, tornando-os inutilizáveis para o ano seguinte. Portanto, a não compra desses livros significa que os alunos que ingressarem nessas etapas em 2026 ficarão sem material adequado.

Para essa etapa escolar, a previsão era a compra de 59 milhões de livros abrangendo todas as disciplinas. Com o foco apenas em Português e Matemática, a quantidade cai para cerca de 23 milhões de exemplares.

No ensino médio, conforme as editoras, a solução seria dividir a compra de 84 milhões de livros, adquirindo 60% em 2025 e os 40% restantes em 2026. Entretanto, devido ao tempo necessário para produzir e distribuir os exemplares, essa divisão pode atrasar a entrega em cerca de seis meses.

— Ainda não há clareza sobre quais livros seriam priorizados nessa compra inicial de 60%. Em uma reunião, chegou-se a sugerir garantir os materiais para estados mais remotos. Contudo, deixar estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais sem livros representa um grande desafio — afirmou Angelo.

Mudança no formato dos livros

Em 2026, os livros do ensino médio passarão pela segunda alteração desde 2022. Naquele ano, os professores começaram a receber materiais alinhados ao formato do Novo Ensino Médio.

Em vez de um livro para cada disciplina — História, Geografia, Filosofia e Sociologia —, as escolas passaram a utilizar uma obra única de Ciências Humanas que integra essas quatro matérias.

O mesmo ocorreu com Ciências da Natureza, que unificou Química, Física e Biologia. Essa mudança enfrentou forte resistência por parte dos docentes.

No governo atual, após críticas de especialistas, o Novo Ensino Médio será modificado, retornando ao modelo tradicional em que cada disciplina tem seu próprio livro.

Compra de livros para outras etapas

O MEC também planejava, para 2025, adquirir livros para o segundo segmento do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e para a educação de jovens e adultos (EJA), esta última com compra prevista pela primeira vez em 11 anos.

De acordo com Angelo, o MEC pretende comprar apenas livros de Português e Matemática para os alunos do ensino fundamental. Contudo, esses livros servem principalmente para repor exemplares desgastados, pois são reutilizados por diferentes alunos, reduzindo o impacto da diminuição das compras.

— Quanto aos livros para a EJA, o MEC informou que já conta com orçamento garantido para essa aquisição — completou o presidente da associação.

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