Medo de recessão impulsiona queda do dólar e dos juros

Os mercados financeiros estão ajustando suas expectativas para um aumento no risco de recessão nos Estados Unidos, segundo Robin Brooks, integrante do Brookings Institution e ex-economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).

Ele aponta que a redução do valor do dólar junto com a baixa nas taxas dos títulos do Tesouro de longo prazo refletem preocupações econômicas gerais, e não fatores ligados a riscos políticos, como o presidente Donald Trump.

Brooks explicou: “O fato de o dólar cair ao mesmo tempo que os juros sugerem que os investidores estão antecipando uma maior probabilidade de recessão nos EUA. Se fosse apenas um risco ligado ao presidente Trump, as taxas de juros teriam subido à medida que o dólar caía.”

Atualmente, o mercado está precificando cortes de juros significativos, chegando a 150 pontos-base pelo Federal Reserve até o final de 2026, um valor que excede as expectativas projetadas anteriormente em abril, após tensões com tarifas recíprocas. Isso reflete sobretudo uma visão cíclica, reforçando a percepção de maior risco econômico nos EUA.

Além disso, dados recentes fracos sobre o mercado de trabalho fizeram com que os contratos futuros indicem um aumento nos cortes de juros por bancos centrais de várias nações. Contudo, mesmo com esses cortes em andamento, as taxas de juros de longo prazo continuam subindo globalmente, como observado na taxa dos títulos de 30 anos, evidenciando que os cortes não têm sido suficientes para conter a alta nas taxas.