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Mentorado de Marçal é acusado de golpe com caminhões

Vanderson de Melo, ex-motorista de caminhão, está sendo acusado de desaparecer com 40 veículos que estão sendo procurados pela Justiça em cinco estados brasileiros. Ele se apresenta como influenciador e foi mentorado pelo conhecido coach Pablo Marçal.
Vanderson apoiou a campanha de Marçal para a Prefeitura de São Paulo em 2024 e participou de vários eventos ao lado do candidato, inclusive um debate na televisão e até uma pescaria. “Ele começou como motorista de caminhão e hoje comanda uma das maiores empresas de logística da América Latina. Em 2024, já vai ter registrado 2 mil veículos entre carretas e caminhões”, declarou Marçal em uma palestra para seus seguidores.
Algumas imagens mostram caminhões alugados e não devolvidos por Vanderson de Melo guardados até mesmo em terrenos no Pará. Ele também se apresenta como empresário de sucesso e usa sua história como exemplo em palestras motivacionais.
Assim como seu mentor, Vanderson se considera um influenciador e palestrante, sendo fundador do Grupo Brasil Novo. Ele conta que iniciou seu negócio trocando um carro Corsa por um caminhão em 2001, que depois foi restaurado e virou a base de seu empreendimento. Sua trajetória inspira mais de quatro mil seguidores.
Recentemente, Vanderson participou do movimento Legendários, um projeto que promove retiros espirituais para homens, atraindo influenciadores e empresários conhecidos. O projeto busca ajudar esses homens a encontrarem seus propósitos e causar impacto positivo em suas vidas e comunidades.
O esquema da fraude
Em 2020, a empresa de Vanderson fechou um contrato para alugar 40 caminhões de uma grande companhia do setor de logística. Com a crise financeira que se seguiu, ele deixou de pagar a dívida, que hoje soma R$ 7,2 milhões, e não devolveu os veículos.
A Justiça autorizou buscas para recuperar a frota, mas 18 caminhões ainda não foram localizados. Outros 22 foram escondidos, com placas trocadas e levados para áreas distantes, sem GPS, para evitar a apreensão.
O método consiste em trocar a placa original de um caminhão bloqueado por ordem judicial por outra placa de um veículo sem restrição, permitindo que o caminhão continue circulando e dificultando a localização pelos credores.
Intervenções policiais
Em junho, advogados da empresa proprietária dos caminhões foram a um endereço em Barueri, SP, para recuperar os veículos, mas encontraram funcionários removendo as placas dos caminhões. Toda a ação foi acompanhada por um oficial de Justiça e filmada.
Além disso, dois caminhões com placas falsas foram parados pela Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul, comprovando o esquema das placas trocadas.
Veículos foram encontrados cobertos por lonas em um terreno no Pará e em estados como Mato Grosso, Santa Catarina e Maranhão. Em uma ação recente, caminhões estavam sendo transportados na caçamba de outro caminhão, mas conseguiram escapar da apreensão.
Crise e justificativas
No dia 23, após a repercussão do caso, Vanderson usou as redes sociais para justificar a situação, afirmando que a empresa enfrentou um colapso financeiro e avalia reduzir sua estrutura. Ele não comentou sobre as trocas de placas ou apreensões, mas disse que tudo não passa de uma crise financeira e que está tomando providências para resolver os problemas.
Ele ressaltou que, enquanto no sucesso poucos dão atenção, nas dificuldades as críticas são muitas.

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