Mercado de chips para carros ainda enfrenta desafios, mas risco diminuiu

O setor de chips e semicondutores utilizado na fabricação de veículos no Brasil ainda não voltou à normalidade, contudo, o risco de interrupção na produção devido à falta desses componentes reduziu. Igor Calvet, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), afirmou isso durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, realizada em Belém no contexto da COP30.

No meio de outubro, uma disputa envolvendo o governo chinês e a empresa holandesa Nexperia causou uma restrição global na oferta de semicondutores. Conforme a Anfavea, cada veículo requer entre 1.000 e 3.000 unidades desses chips. Essa situação poderia provocar uma crise severa na indústria automotiva, segundo alerta feito pela entidade em 23 de outubro.

Igor Calvet comentou que atualmente percebe-se uma recuperação lenta no mercado de semicondutores. Desde o início da dificuldade, a Anfavea e as montadoras comunicaram o governo federal e atuaram fortemente para evitar qualquer paralisação nas linhas de produção de veículos no País.

Além disso, foi estabelecido um canal direto com o governo da China, maior produtor mundial desses semicondutores, para assegurar o fornecimento ao mercado brasileiro. Nos últimos dias houve progresso nas negociações entre a China e a Nexperia, o que deve contribuir para a normalização global da distribuição desses componentes.

O presidente da Anfavea esclareceu que ainda não existem dados precisos sobre os efeitos da escassez de semicondutores na fabricação de veículos nas últimas semanas. Ele ressaltou que as montadoras mantêm seus próprios estoques de chips e que cada fábrica tem processos e cronogramas de produção distintos.

Igor Calvet explicou que o impacto seria variável entre as empresas, e uma eventual parada não ocorreria de forma uniforme ou simultânea em todo o setor. Ressaltou também que a resposta do setor foi rápida e eficiente para enfrentar essa situação.