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Economia

Mercados animados com otimismo global e recuo da inflação em foco

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O otimismo no cenário internacional impulsiona a valorização do Ibovespa. Os investidores reagiram de forma positiva ao discurso conciliador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio de uma tarifa dobrada sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

Em resposta a essa postura, os índices das bolsas de valores em Nova York e Europa avançaram firmemente, superando os 1%, assim como ocorreu com o mercado de petróleo e o minério de ferro, que valorizou 1,13% em Dalian, China.

Assim, a maioria das ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa apresentou alta, com apenas oito papéis em queda às 11h10, sendo as maiores perdas do Grupo Pão de Açúcar (-2,02%) e da Raízen (-1,15%). A Raízen destacou que não está considerando nenhuma reestruturação de sua dívida ou processos judiciais relacionados. Já o GPA comunicou a eleição de André Coelho Diniz como presidente do Conselho Administrativo.

Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, explica que este movimento reflete uma correção parcial após a volatilidade da última sexta-feira. Apesar da recente queda nas bolsas norte-americanas e da valorização do dólar em relação ao real, esses ajustes ainda não garantem a retomada de um ambiente completamente estável. Ele alerta que Trump permanece imprevisível, com potencial para modificar suas decisões a qualquer momento.

Hoje, a divulgação do relatório Focus trouxe uma revisão para baixo nas projeções de inflação brasileira para este e o próximo ano, o que traz algum conforto ao mercado. A semana será marcada também por indicadores de atividade econômica no Brasil, como vendas no varejo e volume de serviços, além de publicações importantes no exterior, como o Livro Bege dos EUA e dados sobre a inflação chinesa.

O cenário global inclui ainda as reuniões anuais de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, além do início da temporada de resultados do terceiro trimestre das empresas americanas. Paralelamente, os mercados seguem atentos ao cessar-fogo em Gaza e à liberação de reféns.

Após o anúncio da tarifa agressiva, Trump adotou uma postura mais moderada, afirmando que os EUA desejam colaborar com a China e não prejudicá-la. Ele considerou que o líder chinês, Xi Jinping, passou por um momento difícil ao limitar exportações de matérias-primas estratégicas. A China, por sua vez, prometeu retaliar caso as ameaças americanas persistam.

Investidores também acompanham de perto a espera por definições sobre medidas fiscais após a suspensão da MP que previa alternativas ao aumento do IOF. As negociações sobre tarifas comerciais entre Brasil e EUA também são monitoradas.

O boletim Focus indicou uma queda nas estimativas do IPCA para 2023 de 4,80% para 4,72% e para 2028, de 3,70% para 3,68%. A projeção para o IPCA nos próximos 12 meses foi revisada de 4,21% para 4,13%. Entretanto, as expectativas para a taxa Selic se mantiveram em 15% para o fim de 2025 e 12,25% no final de 2024.

Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, destacou que a desaceleração da inflação é uma boa notícia, mas enfatiza que o quadro político em Brasília permanece como o maior ponto de atenção. O adiamento da votação do projeto de diretrizes orçamentárias pode gerar volatilidade, especialmente diante do conflito entre o governo e o Congresso, o que pode acarretar aumento do risco fiscal e impacto nos ativos financeiros.

Também é aguardado o PIB da China, cuja divulgação deve influenciar o humor dos mercados emergentes e das commodities.

Na última sexta-feira, o Ibovespa terminou em baixa de 0,73%, aos 140.680 pontos, seu menor fechamento em mais de um mês, afetado por preocupações com tarifas globais e riscos fiscais no Brasil. Já nesta segunda-feira, o índice se recuperava, com alta de 0,85% às 11h08, alcançando 141.871 pontos, após oscilar durante o pregão.

Em Nova York, o índice Nasdaq liderava as altas, com crescimento em torno de 2%. Os investidores ajustam suas posições enquanto acompanham as negociações comerciais entre EUA e China, que seguem em curso após as declarações conciliatórias do presidente Trump e do secretário do Tesouro, Scott Bessent.

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