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Mesmo com decisão judicial favorável, 24 esperam vaga em UTI no DF
Desse grupo, 14 pacientes são adultos e 10 são crianças, diz secretaria. Rede pública possui 406 leitos de UTI; pasta afirma que não há vagas.
Mesmo tendo mandado judicial determinando realização de cirurgias, 24 pacientes aguardavam por leitos de UTI na rede pública do Distrito Federal nesta quarta-feira (4). Desse grupo, 14 pacientes são adultos e 10 são crianças, informou a Secretaria de Saúde (veja detalhes da fila de espera ao final desta reportagem).
De acordo com a pasta, seis crianças que precisavam ser submetidas a procedimentos no Instituto de Cardiologia dependem de liberação de leitos de UTI. Uma criança aguarda um leito no Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB) para o pós-operatório de uma cirurgia.
A secretaria informou que a rede pública de saúde possui 406 leitos de UTI. São 357 leitos próprios e 49 conveniados. Em 2015, o custo total com internações de pacientes em cinco unidades contratadas pelo GDF foi de R$ 46,9 milhões.
“Lembramos que a internação em Unidade de Terapia Intensiva é controlada pela Central de Regulação, que encaminha os pacientes de acordo com o quadro clínico e a necessidade de atendimento, respeitando a classificação de risco, que prioriza os casos mais graves.”
Questionada sobre as consequências do tempo de espera por uma vaga, a pasta afirmou que não é possível dizer que as mortes nesse período ocorram por falta de leito de UTI. “Enquanto esperam leitos em UTI, com suporte específico, os pacientes recebem assistência em unidades de cuidados intermediários, destinadas a usuários em situação clínica de risco, com monitorização contínua.”
Espera de três meses
Uma das crianças que aguardam liberação de leito de UTI é a bebê Elisa Sofia da Silva Teixeira, de 3 meses. Ela tem síndrome de Down e precisa de uma cirurgia para tratar uma anomalia no coração. Mesmo com mandado da Justiça obrigando a realização do procedimento, a criança não foi operada e por isso nunca conseguiu respirar sem ajuda de aparelhos.
Segundo a irmã de Elisa, a securitária Érica Teixera, a criança já sofreu duas pneumonias durante a espera pela cirurgia. “A Justiça diz que ela tem que ser internada urgentemente, mas a secretaria diz que não tem vaga. O problema é que ela corre risco de vida enquanto não fizer a cirurgia.”
Ainda de acordo com Érica, a mulher do pai dela – mãe da menina – também está no hospital desde que o bebê nasceu. “Na minha opinião, uma das opções seria autorizar a internação da Elisa em um hospital particular e depois pagar”, afirmou a mulher, de 28 anos.
Questionada, a Secretaria de Saúde respondeu que Elisa está em tratamento com uso de antibióticos e aguarda vaga para leito de UTI no Instituto de Cardiologia do DF. Segundo a pasta, o caso dela é de “prioridade um”, por haver determinação da Justiça. Até a última quarta-feira (27), no entanto, havia cinco outras crianças na mesma situação, disse a secretaria.
Ao todo, a rede pública tem oito leitos de UTI contratados com o Instituto de Cardiologia do DF – seis são para cirurgias de pacientes mais graves, e dois, para cirurgias eletivas.
A secretaria afirmou procurar ativamente por leitos de UTI em unidades próprias, conveniadas e contratadas, além de buscar espaços em hospitais privados não contratados. O instituto declarou que é a secretaria quem encaminha os pacientes que precisam ser operados.
Fila de espera (até quarta-feira, 4 de maio)
Crianças:
UTI Neonatal – 1
UTI Pediátrica com suporte neurocirúrgico – 2
Cirurgia Cardíaca – 6
Cirurgia Pediátrica (HMIB) – 1
Adultos:
Geral – 3
Hemodiálise – 4
Neurocirúrgico – 1
Neurocirúrgico + hemodiálise – 4
Cardiológico + hemodiálise – 1
Cirurgia Cardíaca – 1
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