México rejeita acordo de comércio livre com Brasil

Claudia Sheinbaum, presidente do México, informou na quinta-feira (28) que não tem planos para um acordo de livre comércio com o Brasil, apesar das pressões enfrentadas pelas maiores economias da América Latina devido às políticas comerciais dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump.

Durante a visita do vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin ao México, foram firmados acordos de cooperação em setores como biocombustíveis e competitividade, mas um tratado comercial amplo não está nos planos da presidente mexicana.

“Nossa intenção não é um acordo de livre comércio, e sim um acordo de cooperação”, explicou Sheinbaum em sua coletiva de imprensa, logo antes de receber Alckmin no palácio do governo.

O Brasil enfrenta tarifas elevadas de 50% impostas pelos Estados Unidos, enquanto o México está negociando um acordo com Washington para evitar essas tarifas.

Em uma conversa telefônica no final de julho, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de fortalecer os laços comerciais com o México em meio a incertezas causadas pelas tarifas alfandegárias norte-americanas.

O governo brasileiro busca ampliar o atual acordo de cooperação com o México, focando em setores como farmacêutico, agropecuário e aeroespacial, conforme compartilhou Lula em uma rede social.

Marcelo Ebrard, secretário de Economia do México, anunciou a assinatura de um memorando de entendimento para iniciar esforços de cooperação que possibilitem ao México aumentar suas exportações automotivas para o Brasil.

Além disso, propôs-se uma parceria entre as agências reguladoras de saúde dos dois países para acelerar a aprovação de novos medicamentos, bem como colaborar na exploração petrolífera em águas profundas, setor no qual o Brasil possui grande experiência, destacou Ebrard.

Sheinbaum resumiu: “O Brasil produz e tem tecnologia em áreas de interesse para o México, e nós também desenvolvemos setores que são valiosos para o Brasil”.