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México sugere diálogo com China sobre tarifas

O México sugeriu estabelecer um grupo de trabalho com a China para discutir o plano de aumentar tarifas sobre produtos vindos de países sem acordo comercial, informou hoje a presidente Claudia Sheinbaum. A proposta veio após a China iniciar uma investigação sobre o tema.
O parlamento mexicano está prestes a analisar uma lei que prevê elevar impostos de importação para até 50%, com a justificativa de fortalecer a indústria nacional. Analistas, porém, acreditam que a medida visa atender pressões dos Estados Unidos.
“Estamos propondo um espaço de diálogo em alto nível para melhor entendimento”, explicou a presidente durante entrevista coletiva, destacando que a oferta já foi encaminhada à embaixada chinesa.
Ela ressaltou que as importações ao México cresceram 183% nos últimos quatro anos e que o objetivo é melhorar o saldo comercial, que atualmente é baixo.
“Queremos estabelecer conversas onde possamos explicar a atual situação”, afirmou Sheinbaum, negando qualquer tipo de conflito com a China.
Após o anúncio, Pequim acusou a medida de ser uma forma de pressão e iniciou uma apuração sobre ações que poderiam afetar negativamente os interesses comerciais de empresas chinesas.
A proposta de aumento tarifário foi feita em meio às demandas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que seus parceiros aumentem as tarifas contra produtos chineses.
A China é o principal exportador para o México entre os países sem acordos comerciais, especialmente no setor automotivo, que teve crescimento próximo a 10% em 2024. A tarifa para veículos leves poderia subir para 50%, contra a atual de 15% a 20%.
O governo mexicano também planeja elevar tarifas para países como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia, que também não possuem acordos comerciais com o México.

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