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Mídias americanas cedem a pressões de Trump por interesse financeiro

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A suspensão do programa de Jimmy Kimmel nesta semana é parte de uma série de concessões feitas pelas grandes redes de comunicação dos EUA devido à forte pressão do governo de Donald Trump, que prioriza interesses econômicos acima da liberdade de expressão.

A suspensão pela rede ABC ocorre depois que o apresentador criticou a utilização política, por parte da direita americana, do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, acontecido recentemente em Utah.

Antes da suspensão de “Jimmy Kimmel Live!”, a CBS anunciou que o programa do humorista Stephen Colbert será encerrado em 2026. Colbert criticou um acordo bilionário entre Trump e a Paramount, aliada da CBS, classificando o pagamento de 16 milhões de dólares como um “suborno”.

Em dezembro, a ABC também desembolsou 15 milhões de dólares para resolver outro processo movido por Trump.

O caso envolvendo Kimmel ganhou força após comentário de Brendan Carr, diretor da FCC indicado por Trump, que ameaçou retirar a licença da emissora devido às declarações do humorista.

No retorno de uma visita ao Reino Unido, Donald Trump reclamou dos jornalistas e canais de televisão, alegando que só o criticam e que suas licenças não permitiriam tal postura.

Richard Blumenthal, senador democrata, classificou a intervenção governamental como censura sem precedentes. Especialistas como Ken Paulson, diretor de centro de liberdade de expressão, observam que as empresas priorizam interesses financeiros em detrimento dos públicos.

A maioria dos especialistas acredita que os tribunais rejeitariam as reivindicações do governo Trump, mas as emissoras preferiram evitar o confronto por questões de receita.

A FCC autorizou a aquisição da Paramount Global pela Skydance, com a promessa de que a nova empresa tomará medidas para corrigir vieses que afetam a confiança pública.

Enquanto isso, os críticos de direita mencionam casos de apresentadores conservadores como Tucker Carlson e Roseanne Barr, alegando que os contextos são diferentes, pois nesses casos a reação veio do público, não do governo.

Ken Paulson ressalta que pressão pública é legítima; a governamental é coerção.

Trump ameaçou suspender licenças de emissoras que se posicionam contra ele, inserindo-se num contexto maior de ataque a mídias consideradas de esquerda pelo seu governo.

Em 2023, o Congresso eliminou o financiamento ao setor audiovisual público pelos próximos dois anos. A FCC controla apenas grandes emissoras abertas, não a cabo ou plataformas digitais.

Há preocupação com possíveis mudanças na gestão da Warner Bros Discovery e da CNN, que podem assumir perfil semelhante ao da Fox News e do tabloide The New Post, controlados pela família Murdoch.

Essa possível mudança comprometeria ainda mais a já frágil estrutura da democracia americana.

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