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Milei: Mercosul precisa ser aberto para crescer

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Em seu discurso de encerramento da presidência pro tempore da Argentina no Mercosul, o presidente do país, Javier Milei, destacou que a principal meta de seu governo dentro do bloco é expandir o acesso a novos mercados para as exportações argentinas. Milei solicitou maior liberdade econômica no Mercosul, mais flexibilidade nas regras internas do bloco, e afirmou categoricamente que o Mercosul não pode continuar sendo uma barreira que isola seus membros.

O presidente argentino comemorou o fim das negociações com a União Europeia (UE) e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco que inclui Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, e incentivou o progresso das negociações com Israel, Emirados Árabes Unidos, El Salvador e Panamá. Ressaltou que, se os demais integrantes do Mercosul não compartilharem a agenda prioritária da Argentina, seu país seguirá em frente, seja em conjunto ou de forma independente.

“A Argentina não pode mais esperar, é urgente garantir mais liberdade. Estamos deixando para trás décadas de estagnação. Os países do Mercosul precisam decidir se querem apoiar o caminho que iniciamos. Seguiremos juntos ou seguiremos sozinho”, afirmou Milei, em um discurso cuidadosamente preparado e sério.

Antes do encontro, os presidentes posaram para uma foto no Palácio San Martin, sede do Ministério das Relações Exteriores argentino, onde o presidente brasileiro Lula esteve ao lado do anfitrião. A interação entre os dois foi limitada a uma saudação formal.

Como previsto, a visita do presidente brasileiro à ex-presidente argentina, realizada na quinta-feira, não foi mencionada pelos argentinos. Milei concentrou seu discurso em dois temas essenciais para a Argentina no Mercosul: comércio e segurança.

“Devemos parar de pensar no Mercosul como uma proteção contra o resto do mundo e começar a vê-lo como uma ferramenta para acessar mercados globais”, garantiu o presidente argentino.

“Não podemos permitir que divergências em questões secundárias nos separem”, acrescentou.

Em um momento de conciliação, Milei agradeceu o suporte dos demais países do bloco na reivindicação da soberania argentina sobre as ilhas Malvinas, uma questão apoiada por todos os governos brasileiros, independentemente de sua orientação política. Contudo, a maior parte do discurso foi dedicada a ressaltar o desejo argentino de um Mercosul aberto ao mundo, com plena liberdade econômica, o que exigiria mudanças significativas nas regras originais do bloco.

Ao longo dos seis meses em que a Argentina esteve à frente da presidência pro tempore, seu governo conquistou avanços importantes, como ampliar exceções na Tarifa Externa Comum (TEC), que impõe taxas a produtos externos ao bloco, e finalizar as negociações com a EFTA. No entanto, Milei enfatizou que deseja ainda mais progresso e espera que o Brasil, que assumiu a presidência do bloco nesta quinta-feira, continue o trabalho iniciado.

Posição sobre a Venezuela

O governo argentino tentou incluir uma declaração sobre a Venezuela que, segundo fontes brasileiras oficiais, utilizava uma linguagem muito dura para os outros países do bloco. O Brasil teria aceitado uma declaração sobre a Venezuela, desde que além de condenar as violações dos direitos humanos também levasse em consideração as sanções aplicadas ao país. No entanto, as negociações não avançaram, e não haverá nem mesmo uma declaração separada sobre o tema.

No entanto, em seu discurso, Milei manifestou sua reprovação à situação venezuelana:

“Rejeitamos as detenções ilegais na Venezuela, onde cidadãos são presos e seus direitos fundamentais são desrespeitados. Reafirmamos o pedido pela libertação do policial militar Nahuel Gallo”, declarou Milei.

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