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Milhares voltam a protestar contra o governo Dilma em São Paulo

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A Avenida Paulista voltou a ser palco neste domingo, 12 de abril, do maior ato do dia de protestos contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), assim como já havia acontecido em 15 de março. Mas o público foi menor que um mês atrás. Os atos, convocados através das redes sociais, ocorreram em 24 estados e no Distrito Federal.

Segundo a Polícia Militar, a manifestação reuniu 275 mil pessoas às 16h, em seu pico. O Instituto Datafolha estimou o público em 100 mil ao longo do dia e 92 mil no horário de pico, também às 16h. Na avaliação de dois dos grupos organizadores, o Vem Pra Rua e o Revoltados Online, 800 mil participaram do ato em São Paulo. Para o Movimento Brasil Livre, participaram entre 750 mil e 800 mil.

Em 15 de março, as estimativas foram de 1 milhão para a PM e 210 mil para o Datafolha; os organizadores concordaram com os números divulgados pela PM e não fizeram estimativas próprias.

Os atos foram convocados por movimentos com orientação conservadora e contrários ao PT (conheça o perfil dos principais grupos).

A principal reivindicação dos movimentos é o impeachment da presidente Dilma, que está há pouco mais de cem dias do seu segundo mandato. De maneira geral, os movimentos que organizaram os protestos no país defendem o estado mínimo e o corte no número de impostos. Muitos cartazes pedindo a intervenção militar também foram vistos neste protesto.

Uma diferença em relação a março é que, desta vez, todos os grupos pediram a saída de Dilma. No mês passado, o Vem Pra Rua protestou contra a corrupção, mas não pediu a saída da presidente. Em entrevista ao Valor Econômico, o líder do movimento, Rogério Chequer, disse que agora há novos argumentos jurídicos que podem servir com base para o pedido.

Manifestantes soltam balões nas cores verde e amarelo durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)

Paulista fechada desde 12h
A manifestação deste domingo em São Paulo começou por volta das 12h, quando motociclistas adentraram à avenida com bandeiras brasileiras e cartazes pedindo o impeachment da presidente e o fim do Partido dos Trabalhadores (PT).

Pouco depois, caminhoneiros com faixas “Fora, Dilma” percorreram as marginais dos rios Pinheiro e Tietê ao som de suas buzinas.

Mais tarde, às 14h, a concentração aumentou em frente ao Museu de Arte Assis Chateaubriand, o Masp. Ao longo do dia, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como “Lula, cachaceiro, devolve o meu dinheiro”.

Caminhões de som
Doze caminhões de som ficaram posicionados  ao longo da Paulista entre a Praça do Ciclista e a estação Brigadeiro do Metro na tarde deste domingo. Com base nas faixas que carregavam e na folha de identificação junto aos órgãos oficiais colada ao pára-brisa dos veículos foi possível mapear os movimentos presentes ao evento.

Estavam presentes os movimentos Solidariedade, Nas Ruas, Intervencionistas  S.O.S, Revoltados On Line, Endireita Brasil, S.O.S Forças Armadas, União Nacionalista Democrática, Vem Pra Rua, Movimento Civil  XV de Março, Movimento Brasil Livre (MBL) , Movimento Acorda Brasil.

Selfies com PM e protesto sem roupa
Assim como no dia 15, crianças tiraram fotos com policiais militares, pets acompanharam seus donos e vestiram a bandeira do Brasil. Um casarão da Avenida Paulista serviu de “camarote” para os manifestantes que preferiram acompanhar o ato da sacada.

Apesar de uma mulher ter sido detida por ter protestado sem roupa, até as 18h, o ato transcorreu sem incidentes e foi acompanhado por 1.800 policiais militares. Nesse mesmo horário, caminhoneiros vindos do estado de São Paulo tentaram entrar na Paulista, mas não tiveram acesso e desceram a Rua da Consolação.

Tamanho do ato
Organizadores do protesto divergiram sobre o tamanho do ato deste domingo (12). O analista de sistemas André Torres, do Movimento Civil XV de Março, afirmou que o protesto de abril reuniu um público menor do que o de março. Para ele, pessoas que participaram do ato anterior e não viram o impeachment da presidente acontecer, desistiram de protestar.

“Eu acho sim que há menos gente, pelo menos por enquanto. Há uma impressão equivocada das pessoas de que não houve nenhum resultado prático. Muitas pessoas imaginavam que depois do dia 15, em 2 ou 3 dias a Dilma renunciaria ou sofreria um impeachment. Nós sabemos que não é tão simples assim, os protestos fazem parte de um processo que vão levar ao enfraquecimento do partido e da presidente”, argumentou.

“Essas pessoas tiveram essa percepção que não teve resultado e preferiram não vir hoje. Tem menos gente mas ainda assim é muito importante o dia 12 de abril”, justificou.

No meio da tarde, o co-fundador do Movimento Brasil Livre Kim Kataguiri, o movimento de pessoas foi muito bom e houve atos no “triplo de cidades” em relação ao protesto do dia 15.

Ao fim do protesto, por volta das 18h15, após a PM divulgar a estimativa, Kim voltou a comentar a estimativa de público. “Nós não tivemos acesso à estimativa final de público, mas ainda que tenha tido menos pessoas para a gente é mão mais importante fazer protestos localizados do que reunir todo mundo em um só lugar”, disse Kim.

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