Economia
Ministro Moraes suspende julgamento no STF sobre descontos na folha de pagamento

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou vista e interrompeu o julgamento da ação movida pelo governo que contesta os descontos na folha de pagamento de 17 setores econômicos que empregam grande número de trabalhadores e de municípios.
Com o pedido de vista, Moraes tem até 90 dias para devolver o processo ao plenário.
O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, votou recentemente para manter as normas vigentes, que preveem a reoneração gradual da folha de pagamento entre 2025 e 2027.
Após 2027, as empresas desses 17 setores voltarão a pagar uma contribuição sobre a folha salarial equivalente a 20% — a mesma taxa aplicada atualmente às empresas que não são beneficiárias desses descontos.
Zanin argumentou que o Congresso não pode aprovar leis que reduzam a arrecadação da União sem apresentar medidas para compensar essa perda, mantendo assim as regras atuais sobre os descontos.
Os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes acompanharam essa posição.
O julgamento estava ocorrendo na modalidade virtual do STF até ser suspenso pelo pedido de vista de Moraes.
A ação foi apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em abril de 2024, questionando a validade da legislação aprovada pelo Congresso no ano anterior que estendeu esses descontos na folha de pagamento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou partes da lei, mas o Congresso derrubou esses vetos, o que levou o governo a contestar a decisão dos parlamentares no STF.
Os descontos substituem a contribuição previdenciária que as empresas patronais deveriam pagar, aplicando alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, ao invés de taxas sobre a folha salarial.
Essa mudança reduz os custos de contratação para setores como têxtil, calçados, construção civil, call center, comunicação, fabricação de veículos, tecnologia e transportes.

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