Missão empresarial nos EUA abordará data centers e minerais raros

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou, nesta quarta-feira (20), que apresentou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a programação de uma missão empresarial que acontecerá em Washington nos dias 3 e 4 de setembro.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, comunicou que o setor industrial levará propostas alinhadas a interesses dos Estados Unidos, incluindo parcerias para a produção de combustível sintético de aviação (SAF) e etanol, a instalação de data centers no Brasil e a exploração de minerais de terras raras.

A iniciativa visa fortalecer o diálogo com o governo e o setor produtivo norte-americano, especialmente diante da tarifa de 50% sobre diversos produtos exportados do Brasil para os EUA.

Durante a missão, estão programados encontros com escritórios de advocacia e lobby, reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, além de conversas com lideranças da Câmara de Comércio dos EUA (US Chamber of Commerce) e autoridades do governo americano, que ainda serão definidas.

A CNI também informou que haverá uma reunião plenária entre empresários dos dois países, bem como a participação em audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), no contexto da investigação da Seção 301. O objetivo é buscar novas exceções à tarifa, ampliando a lista de produtos com alíquotas reduzidas.

Associações setoriais, federações estaduais e representantes de grandes empresas estarão envolvidos na ação. Ricardo Alban ressaltou que o propósito é conscientizar os americanos, apresentando propostas concretas que interessem a ambos os lados para acelerar as negociações e incluir setores importantes, mesmo aqueles com menor peso financeiro, mas grande representatividade industrial.

Ricardo Alban se reuniu com Geraldo Alckmin para discutir esta agenda. Segundo nota oficial, a indústria contribuiu para a medida provisória que tenta aliviar os impactos das tarifas elevadas. A CNI defende que os R$ 9,5 bilhões atualmente fora do arcabouço fiscal sejam incorporados na regra fiscal vigente, o que, segundo Alban, aumentaria a confiança na economia do país.