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Missão ExoMars chega a Marte

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O satélite TGO está na órbita do planeta e os astrônomos ainda aguardam sinais conclusivos do módulo Schiaparelli, programado para pousar na superfície

Concepção artística descrevendo a separação do módulo Schiaparelli do satélite Trace Gas Orbiter (TGO) em direção à Marte. (ESA/ATG medialab/Divulgação)

Concepção artística descrevendo a separação do módulo Schiaparelli do satélite Trace Gas Orbiter (TGO) em direção à Marte. (ESA/ATG medialab/Divulgação)

A missão europeia ExoMars chegou a Marte nesta quarta-feira. Às 14h35 (horário de Brasília), o satélite Trace Gas Orbiter (TGO), um dos dois equipamentos da missão, foi capturado pela órbita marciana e enviou sinais à Terra de que a inserção aconteceu com sucesso. Os cientistas ainda estão aguardando a confirmação de que a aterrissagem do módulo Schiaparelli, o outro equipamento da ExoMars, se deu como previsto. Em superfície marciana, ele deve ser capaz de colher dados e transmiti-los para a Terra – os astrônomos aguardam o contato com a sonda americana Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), que irá confirmar se o pouso aconteceu como o planejado.

Feita em conjunto pela Agência Espacial Europeia (ESA) e a russa Roscosmos, a missão pretende explorar a superfície do planeta para descobrir se Marte poderia abrigar vida. O satélite TGO vai estudar os gases da atmosfera do planeta, enquanto Schiaparelli deve enviar dados aos centros de controle terrestre e garantir que, no futuro, a missão mande um pequeno jipe capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob a terra de Marte para coletar e analisar amostras.

No domingo, Schiaparelli deixou o satélite TGO, ao qual estava acoplado. Desde então, a sonda se aproximou lentamente do planeta e, nesta quarta-feira, mergulhou na atmosfera marciana. O esperado é que o robô desça em direção à superfície a 21 quilômetros por hora e, com o apoio de paraquedas e propulsores, diminua a velocidade até pousar no solo.

A aterrissagem controlada em Marte é o maior desafio da missão. Até hoje, apenas americanos pousaram equipamentos com sucesso no planeta. O êxito dessa parte da missão seria um marco na história da exploração europeia, pois o único precedente, o jipe Beagle 2, da Grã Bretanha, fracassou ao chegar ao planeta, em 2003. Seus painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que ele tivesse energia para enviar informações à Terra.

Lançado em março, a bordo do foguete Protón-M, ExoMars, um laboratório de 600 quilos, conta com o módulo Schiaparelli e o satélite TGO. Juntos, pretendem abrir caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020. A missão conduzirá sua pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.

Vida em Marte

Duas vezes menor que a Terra e com temperatura média de 55°C abaixo de zero, Marte é o mundo próximo a nós com mais capacidade de abrigar vida – afinal, é um planeta rochoso que, de acordo com as pesquisas, teve um passado úmido e com temperaturas amenas, como a Terra atual.

Marte conta com duas calotas polares de gelo, a Planum Boreum e a Planum Australe, local em que as temperaturas chegam aos 143°C negativos. Sob essas lâminas de dióxido de carbono congelado, os cientistas acreditam que pode haver água em estado líquido e, portanto, microrganismos similares aos achados a 800 metros sob o gelo antártico terrestre.

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