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O sequestro de um caminhão trator semirreboque no Rodoanel, em São Paulo, na manhã de quarta-feira (12/11), permanece envolto em mistérios. O motorista do veículo que bloqueou três vias da rodovia por cerca de cinco horas, gerando 20 km de congestionamento, foi encontrado em estado de choque e amarrado a simulacros de bombas.

Ele precisou ser levado a um hospital antes de prestar depoimento à polícia no 1º Distrito Policial (DP) de Itapecerica da Serra, local do sequestro. O depoimento da vítima é apenas uma das primeiras etapas da investigação que visa desvendar o ocorrido.

Detalhes do caso

De acordo com a polícia, o caminhão, pertencente à transportadora Sintrex, seguia para a matriz da empresa em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, após uma viagem ao Peru, onde teria transportado uma carga de explosivos.

Perto das 5h, ao trafegar pelo Rodoanel Mário Covas (SP-021), o motorista relatou que foi cercado por dois carros dos quais desceram seis criminosos; três entraram na cabine do caminhão, conforme relato do delegado Marcio Fruet.

Os assaltantes, armados com fuzis, tinham a intenção de roubar o caminhão para transportar armamentos. Um dos criminosos dirigiu o caminhão por alguns quilômetros e obrigou o motorista a fazer uma ligação telefônica.

No km 44, o motorista lutou contra os criminosos, que então o amarraram a simulacros de bombas e abandonaram o veículo atravessado na via. Até o momento, os suspeitos não foram localizados.

A Polícia Militar (PM) chegou ao local às 5h40 e encontrou o motorista em choque. Informações indicavam a presença de bombas, o que levou ao acionamento do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). A equipe confirmou que se tratavam de simulacros.

O motorista foi levado ao Hospital Geral de Itapecerica da Serra para atendimento e posteriormente prestou depoimento à Polícia Civil, que continua investigando o caso.

Questões ainda sem resposta

Mesmo com o depoimento e as investigações preliminares, há dúvidas sobre a tentativa de roubo. A Polícia Civil busca acessar câmeras de segurança para identificar o momento da abordagem, os suspeitos e seu paradeiro.

Não se sabe o destino pretendido do armamento, qual seria o plano dos criminosos com os equipamentos, ou por que desistiram mesmo após amarrar a vítima.

Também é incerto se o caminhão foi alvo intencional ou escolhido por acaso. O veículo, de grande porte, estava vazio conforme informações da polícia e da transportadora, que monitorava sua rota eletronicamente.

Nota da transportadora

A Sintrex afirmou que o caminhão retornava vazio para a matriz em São Bernardo do Campo após entrega da carga de um cliente.

Destacou-se que o motorista seguiu todos os procedimentos legais e de segurança, incluindo os horários de descanso e velocidade adequada, verificados via monitoramento eletrônico.

A empresa mantém monitoramento contínuo via telemetria, rastreamento em tempo real e protocolos internos de segurança que atendem a padrões internacionais de transporte rodoviário, inclusive em operações internacionais.