Familiares da estudante de 20 anos morta com uma facada na tarde da última terça-feira (16) dizem ter dúvidas sobre as investigações promovidas pela Polícia Civil do Distrito Federal. O avô de Jéssica Leite, Antônio Leite Neto, afirma que a mochila da jovem foi encontrada a 500 metros do local e pode ter sido removida pelo autor do crime.
“Foram três policiais que vieram num carro particular. Eles vieram e pegaram a bolsa aqui, e a menina estava morta, lá. Eu acho que o delegado tinha que identificar, primeiro, qual foi o motivo que essa pessoa com essa bolsa veio parar aqui. Por que não deixaram lá, do lado da menina? Só quem podia levar era a polícia. Sei lá se, de lá para cá, não botaram alguma coisa dentro?”, diz o avô.
A mãe de Jéssica prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (16), mas não quis conversar com a imprensa na saída. Após uma série de informações desencontradas divulgadas nos últimos dias, o delegado responsável pelo caso, Flávio Messina, informou que a investigação correrá sob sigilo.
Na quarta (15), a Polícia Civil divulgou que drogas e utensílios usados por traficantes foram encontrados na mochila da estudante. A bolsa tinha porções de maconha, um triturador da droga, cinco microsselos de LSD e uma balança de precisão, mas ainda não era possível saber se os objetos pertenciam à vítima.
Em uma busca na casa de Jéssica, os policiais não encontraram nenhum vestígio de drogas, o que contradiz a tese de que ela teria envolvimento com tráfico ou consumo dos entorpecentes. A avó da estudante, Iraci Leite, afirmou à TV Globo que a jovem era “amiga de todo mundo” e não tinha histórico de rivalidade.
“Todo mundo amava ela. A gente nunca viu isso aqui, não. Tem que investigar. A gente quer que investigue para saber a verdade, a verdade tem que ser falada, né? Vai descobrir quem matou e vai descobrir tudo o que está acontecendo”, afirmou Iraci.
O caso
A Polícia Civil investiga a possibilidade de que a estudante de jornalismo Jéssica Leite conhecia o autor do crime. O crime aconteceu na QNL 23, em Taguatinga, por volta das 16h30 de terça. Após receber uma única facada no peito, a menina agonizou por dez minutos. O sepultamento ocorreu por volta das 17h de quarta.
“A vítima saiu de casa muito antes da aula, que começaria por volta de 19h30. O crime aconteceu em um ponto comunitário, que não fica no caminho da parada onde ela pegaria ônibus para a aula”, disse Messina. “Para eu parar, para desviar a minha rota, eu tenho que ter algum motivo.”
O delegado suspeita que o crime tenha acontecido após o autor e Jéssica terem marcado de se encontrar em um ponto comunitário. A morte, segundo ele, não teria sido premeditada e deve ter ocorrido após uma discussão.
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