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Modelo sofre ataque de quatro pessoas na zona leste de São Paulo: “Transfobia é cruel”
Patty Michelletti, mulher trans de 26 anos e residente em Guaianases, na zona leste de São Paulo, foi brutalmente atacada por vizinhos no sábado (15/11). A modelo e atriz sofreu golpes de faca e tijoladas desferidas por dois homens e duas mulheres.
“Eles tentaram me matar. Felizmente, uma vizinha que me conhece desde a infância e sempre foi minha amiga, junto com suas filhas, interveio para me proteger e me levou para dentro de casa porque eu estava perdendo muito sangue”, relata Patty. “Foi nesse momento que liguei para meu pai, que veio rapidamente e me levou ao hospital, pois meu estado era grave”, lamenta.
Patty registrou boletim de ocorrência após o ataque. “Liguei para a polícia, mas os agressores conseguiram fugir. No hospital, precisei fazer pontos na cabeça e nos braços”, destaca.
A agressão foi registrada por câmeras de segurança.
“Transfobia é cruel”
Após o ataque coletivo, Patty não se sente segura para voltar a morar na região e está abrigada em outro lugar, mas permanece com muito medo e em pânico.
“Nada justifica uma tentativa de homicídio. A transfobia é cruel. Crescemos acreditando que isso acontece distante da gente, até o momento em que quase nos transformamos em mais uma estatística”, reflete.
Histórico de preconceito contra a modelo trans
Quando iniciou sua transição, Patty deixou a casa onde cresceu. Dois anos atrás, voltou a morar lá com a tia, que também é mulher trans.
Na rua onde moram, conforme relatado pela modelo, o preconceito é constante. “Sempre que me veem, fazem piadas transfóbicas”, diz indignada.
No último fim de semana, ao chegar do trabalho, descobriu que sua tia teve uma discussão com uma vizinha, que estava gritando com uma criança.
“Eles chegaram à porta da minha casa, começaram a ofender minha tia com palavras transfóbicas e a ameaçá-la. Um amigo da minha tia chegou a tempo e a protegeu”, conta Patty. “Quando fui conversar amigavelmente com a vizinha, ela abriu a janela e continuou com ofensas transfóbicas, usando meu nome de nascença e me insultando”, lembra.
Por volta das 21h, quando Patty se preparava para dormir, os quatro vizinhos invadiram seu quintal após arrombarem o portão. Ela viu a tia sendo agredida fisicamente e tentou protegê-la.
Os agressores estavam armados com facas. “Eram dois homens e duas mulheres, além de outras pessoas que se juntaram, incluindo uma criança que me chutou no chão”, descreve. Patty recebeu um chute no peito, foi atacada com um tijolo, levou uma facada na cabeça, um soco no rosto e cortes nos braços e nas mãos enquanto tentava se defender, principalmente para proteger o rosto, que é importante para sua profissão.

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