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Monumento chinês retirado do Canal do Panamá em meio a tensão com Trump
Um monumento localizado na entrada do Canal do Panamá foi removido na noite de sábado (27) por decisão de uma autoridade local, durante um período de pressão dos Estados Unidos para diminuir a influência da China na via interoceânica.
Nos últimos tempos, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou reassumir o controle do canal, alegando que ele estaria dominado por Pequim, devido à operação de portos no Pacífico e Atlântico pela empresa Hutchison Holdings, de Hong Kong, sob concessão.
Em um ato inesperado e criticado pelos governos do Panamá e da China, a Prefeitura de Arraiján tentou demolir com equipamentos pesados um Paifang, ou portal chinês, situado em um mirante próximo à Ponte das Américas, que atravessa a via navegável.
A Prefeitura declarou, em comunicado, que a estrutura, erguida em 2004 e que simbolizava a amizade entre os dois países, apresentava problemas que colocavam em risco a segurança.
Porém, o próprio presidente panamenho, José Raúl Mulino, afirmou neste domingo (28) que “não há justificação para tal ato de vandalismo” e enfatizou que isso foi um “ato irracional inadmissível”.
Depois de verificar a demolição, o embaixador chinês no Panamá, Xu Xueyuan, considerou o acontecimento um “dia triste” para os 300.000 sino-panamenhos e uma “dor profunda para a amizade” entre os dois países, que ficará marcada na história.
A comoção provocada entre ex-presidentes e líderes políticos locais levou o governo de Mulino a ordenar a reconstrução imediata do monumento no local original, em cooperação com a comunidade chinesa no Panamá.
O presidente pediu ainda uma investigação rápida para apurar os fatos da remoção da estrutura, que incluía esculturas de leões; o obelisco adjacente permaneceu intacto.
Os Estados Unidos e a China são os maiores usuários do canal de 80 km, por onde circulam aproximadamente 5% das mercadorias transportadas via marítima no mundo.
O controle da via foi americano de 1914 até 1999, quando passou para o governo panamenho.
Diante das ameaças para retomar o controle, Trump reclama condições privilegiadas para navios americano utilizarem o canal.
Após essa pressão, a Hutchison Holdings concordou em vender os dois terminais que gerencia para um grupo encabeçado pela americana BlackRock, mas a China ainda não confia totalmente na operação. Empresas chinesas agora demonstram interesse em participar da compra de novas obras portuárias que serão licitadas.


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