Economia
Moody’s mantém nota Ba1 para Banco do Brasil com perspectiva estável

A agência Moody’s confirmou nesta sexta-feira, 19, a nota de crédito do Banco do Brasil, classificando seus depósitos em moeda local e estrangeira em Ba1 e Not Prime, respectivamente, após manter a Avaliação de Crédito Base (BCA) ajustada para ba1.
Além disso, a Moody’s confirmou as classificações de Risco de Contraparte para longo e curto prazo em moeda local e estrangeira em Baa3 e Prime-3, refletindo a estabilidade da perspectiva para os depósitos bancários de longo prazo do banco.
A avaliação da Moody’s destaca que o Banco do Brasil é o segundo maior banco do país em ativos totais, posição que apoia tal classificação. Este resultado é sustentado por uma estrutura diversificada de ganhos, acesso constante a depósitos de varejo essenciais, além de liquidez robusta e capital acima dos requisitos regulatórios nos últimos cinco anos.
Porém, a agência também reconhece os desafios enfrentados recentemente, principalmente relacionados à carteira de empréstimos para o agronegócio e às mudanças contábeis trazidas pela IFRS 9, que o banco tem conseguido administrar.
Parte significativa da carteira do banco está em empréstimos de baixo risco, como consignados, hipotecas e créditos a entidades públicas respaldados por recebíveis sólidos, o que ajuda a equilibrar os empréstimos para agronegócio e pequenas e médias empresas (PMEs), que compõem 13,0% e 10,9% da carteira, respectivamente, em junho de 2025.
Moody’s ressalta que a variedade na carteira de empréstimos permite ao banco gerar receitas recorrentes que suportam períodos de rentabilidade ajustada, somadas a receitas provenientes de negociações, tarifas de serviços e outros produtos, incluindo seguros e banco de investimento.
Em junho de 2025, os empréstimos problemáticos do banco subiram para 8,4%, ante 7,8% em março, e o índice de inadimplência de 90 dias aumentou para 4,2%, de 3,9% no mesmo período. Esta queda na qualidade dos ativos foi principalmente impulsionada pela carteira agrícola, que deixa o banco exposto à crescente incidência de pedidos judiciais de recuperação por produtores, especialmente na indústria da soja.
Também houve aumento nos empréstimos problemáticos entre mutuários de PMEs, impactados pelo ambiente de juros altos no país. A Moody’s alerta que a persistência nessa qualidade frágil dos ativos pode pressionar negativamente a avaliação de crédito do banco nos próximos meses.

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