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Moradores não recebe correspondências a 4 anos

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Para receberem cartas, faturas de cartão de crédito ou encomendas, cerca de 34 mil pessoas no Distrito Federal contam apenas com o serviço de Caixa Postal Comunitária (CPC). Trata-se de um sistema disponibilizado pelos Correios que unifica as entregas em um único local para atender moradores que vivem em locais considerados sem estrutura urbana mínima para o serviço de entrega domiciliar. Cabe a cada morador verificar, por sua própria conta, a chegada de novas correspondências. Entretanto, moradores do DVO, em Planaltina, reclamam que as entregas não chegam há quase quatro anos.

Quando se mudou para a região, em 2010, o farmacêutico Adalberto de Queiroz, 34 anos, recebeu uma chave destinada a uma das caixas de correspondência individual do local, porém, notou que as correspondências não eram entregues. “A CPC foi montada pelos Correios, mas não funciona”, conta. Nas CPCs são depositadas cartas simples e avisos de chegada de correspondências qualificadas ao Centro de Distribuição Domiciliária (CDD), que devem ser retiradas pelos moradores.

Como as correspondências não chegavam ao DVO, onde moram cerca de 400 pessoas, durante um ano e meio, Adalberto ia regularmente até o CDD de Planaltina, a 10 km da local. Lá, ele buscava as cartas dos moradores que estavam retidas e as distribuía para a comunidade. “Fiz por um tempo para ajudar as pessoas, mas parei e comecei a cobrar uma solução dos Correios”, explica.

Até 2009, a CPC do DVO ficava dentro de um colégio da região e, segundo os moradores, o sistema funcionava normalmente. Porém, nesse mesmo ano a escola foi desativada e a CPC foi reinstalada em um outro local. Porém, cinco meses mais tarde as entregas foram suspensas sem qualquer justificativa. “Elas chegavam, mas de qualquer jeito. Com o tempo, simplesmente pararam de vir”, relata o comerciante José Antônio Marcelino, 45, presidente da associação de moradores do DVO.

A educadora Cláudia Borges dos Santos conta que preferiu informar o endereço pessoal, em Sobradinho, para receber as entregas destinada ao colégio que trabalha, a Escola Brochado da Rocha. “Como elas não chegam pelo CEP do DVO, resolvi não arriscar”, justifica.

Improviso
Cadastrar endereço de parentes ou do próprio trabalho para receber correspondências, em vez do CEP com o número da CPC do DVO, já é uma prática comum entre os moradores da região. A dona de casa Inês Maria de Jesus, 46, mora no local desde 1995 e passou a buscar correspondências na casa da cunhada, que mora em Taguatinga Norte. “Quando eu ia até o CDD para pegar minhas cartas, elas já estavam todas vencidas”, lembra.

Dona Inês conta já ter perdido até o prazo para entrar com recurso em um processo judicial, pois o aviso de chegada do documento não veio pelos Correios. “A sensação no DVO é de abandono e é triste não poder receber uma coisa tão básica”, desabafa. De acordo com a Portaria nº 141 do Ministério das Comunicações, de 28 abril de 1998, “cabe aos Correios realizar a distribuição de mensagens telemáticas e objetos de correspondência com frequência regular mínima de duas vezes por semana”.

Os moradores do DVO contam terem sido informados de que as correspondências não estão sendo distribuídas na CPC do local por falta de pessoal. Segundo Adalberto de Queiroz, que já entrou em contato com os Correios diversas vezes em busca de uma solução, o último posicionamento da empresa dizia que a entrega seria normalizada em breve. Inconformado com a situação, ele recorreu a Defensoria Pública da União (DPU) na tentativa de resolver o problema. Segundo o órgão, o caso está sendo avaliado para uma possível ação civil pública contra os Correios.

Fonte: Correio Web

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