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Moraes diz que restrições não são agradáveis, mas necessárias

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, comentou sobre a perda de liberdades pessoais diante das tensões entre Brasil e Estados Unidos.
Em entrevista ao jornal americano Washington Post, o magistrado afirmou que não é agradável passar pelas restrições impostas pelo governo de Donald Trump, mas ressaltou que não há possibilidade de retroceder.
As medidas de Trump, baseadas em supostas violações aos direitos humanos e à liberdade de expressão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras figuras da direita, incluem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, revogação do visto de Moraes e a inclusão dele entre os sancionados pela Lei Magnitsky.
— É agradável passar por isso? — questionou Moraes. — De forma alguma.
Mesmo assim, ele afirmou que as investigações continuarão enquanto for necessário.
Moraes contou que se inspira na história dos EUA, citando pensadores como John Jay, Thomas Jefferson e James Madison, e considera a tensão atual entre os países temporária, motivada por política e desinformação. Ele apontou Eduardo Bolsonaro como um dos responsáveis pelo agravamento do cenário.
— Narrativas falsas alimentaram a crise, propagadas por desinformação nas redes sociais — afirmou. — É fundamental esclarecer os fatos, e é isso que o Brasil está fazendo.
O ministro relatou ainda que, ao saber que Bolsonaro não cumpria restrições judiciais ao uso das redes sociais, determinou sua prisão domiciliar no dia 4 de agosto.
— Não há recuo — assegurou Moraes. — Receberemos acusações, analisaremos provas e decisões serão tomadas de acordo com a justiça.
Trump critica Moraes por uma suposta perseguição a Bolsonaro e o acusa de restringir a liberdade de expressão. O Washington Post definiu Moraes como um “xerife da democracia”.
O jornal ressaltou que Moraes ordenou a suspensão da operação do X no Brasil, o que ocasionou críticas do bilionário Elon Musk, e destacou seu papel firme na preservação da democracia.
Segundo o Washington Post, Moraes é considerado o jurista mais influente da história do Brasil, responsável por ações decisivas contra ameaças à ordem democrática.
Ele é visto por aliados como um defensor da democracia em tempos de expansão do autoritarismo, embora alguns críticos apontem excessos que podem comprometer a credibilidade do STF.
Moraes afirma que o país precisa se proteger do autoritarismo, aplicando uma “vacina” contra essa ameaça.
O ministro foi escolhido para liderar a investigação sobre fake news e retórica antidemocrática, em meio à tensão política, utilizando poderes investigativos para combater ataques à democracia.
— Os americanos talvez não entendam bem, pois nunca passaram por golpes, mas o Brasil tem uma história marcada por ditaduras e tentativas de golpes. Por isso que nossa defesa precisa ser rigorosa — explicou.
Moraes conduziu vários inquéritos relacionados a ataques à democracia e às eleições de 2022, mantendo firme atuação contra ações ilegais de Bolsonaro e aliados.
Ele rejeitou a ideia de possuir poder excessivo, mencionando que suas decisões são revisadas e mantidas pelos colegas do Supremo.

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