Moraes manda segurança verificar celular de advogado durante audiência do caso golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou que um segurança conferisse o celular do advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo, defensor do general Mário Fernandes, réu no processo relacionado à tentativa de golpe, durante uma audiência que confrontou os réus Marcelo Câmara e Mauro Cid, ex-assistentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O episódio ocorreu na manhã de quarta-feira, 13.

Moraes desconfiou que o advogado pudesse estar gravando a sessão, contrariando uma determinação do tribunal, e por isso pediu ao segurança que verificasse o aparelho. Figueiredo chegou a informar a senha do celular em voz alta, mas constatou-se que não havia gravação em andamento.

O confronto entre Câmara e Cid teve como objetivo esclarecer versões divergentes sobre o documento preliminar do golpe que buscava anular o resultado das eleições de 2022, além de discutir o suposto monitoramento de Alexandre de Moraes.

Nesse momento, o advogado do general interveio para questionar a participação de seu cliente na operação ‘Punhal Verde e Amarelo’, plano que contemplava até o assassinato de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. O pedido foi rejeitado por não ser pertinente à audiência em questão.

A tensão aumentou quando o relator pediu a verificação do celular, e Figueiredo protestou. Relatos indicam que, embora tivesse elevado a voz para passar a senha, não houve gravação da audiência.

Em depoimento, o general Mário Fernandes assumiu a autoria do plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, descrevendo-o como uma expressão digitalizada de pensamentos que foi impressa e descartada.

Câmara e Fernandes são acusados por integrarem o segundo núcleo da trama golpista, o qual, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), organizou a tentativa de golpe. Já Cid responde por acusações do primeiro núcleo, chamado também de ‘núcleo principal’.