Em todo o país, entre 16 de março e 27 de abril, 26.473 pessoas morreram em casa. Número 17% maior que no mesmo período do ano passado
Cemitério/DF
O total de mortes em casa cresceu 20,6% no Distrito Federal no período entre 1º de março e 30 de abril. O crescimento ocorre durante a escalada de casos de covid-19 no país, muitos deles não diagnosticados. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (7/5) pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Foram 321 mortes no período em 2020, contra 266 no mesmo lapso de tempo no ano passado. “Chama atenção os dados dos óbitos ocorridos em âmbito não hospitalar, desde os que falecem sem saber que têm covid-19, até os que têm alguma cormobidade, mas que, por causa da pandemia, ficam com medo de se deslocar até os hospitais”, explica Gustavo Renato Fiscarelli, secretário-geral da entidade.
No detalhamento por estado, o Distrito Federal aparece em terceiro lugar no ranking de mortes em domicílio. O Amazonas registra o cenário mais preocupante: entre 16 de março e 30 de abril, o estado teve aumento de 149% em relação ao mesmo período de 2019. Em seguida, está o Rio de Janeiro, onde as mortes em casa avançaram 40,1%.
Dados totais
O percentual de óbitos domiciliares sobre o total de mortes naturais do país também cresceu, segundo os registros dos cartórios. Entre 16 de março e 27 de abril, 26.473 pessoas morreram em casa no Brasi, número 17% maior que no mesmo período do ano passado.
Na falta de diagnósticos para covid-19, as mortes ocorridas em casa tiveram grande aumento de classificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (613%), causas indeterminadas (46%) e septicemia (30%). Outras causas de morte, não correlacionadas à covid-19, também cresceram 10,8%. Mas segundo especialistas, elas podem estar associadas ao colapso do sistema de saúde em estados com os maiores índices de contaminação por coronavírus.
O boletim mais recente do Ministério da Saúde sobre as mortes por covid-19 no Brasil, divulgado na noite de quarta-feira (6/5), registrou 615 óbitos em 24 horas. O total de mortes é de 8.536. O ministério atualiza ainda o número de infectados. São 125.218 casos confirmados, um acréscimo de 10.503 pacientes infectados em relação aos registros do dia anterior. A taxa de letalidade, por sua vez, está em 6,8%.
São Paulo é o estado com o maior número de infectados e mortos; 37.853 e 3.045, respectivamente. O Amazonas, que já vive um colapso no sistema de saúde, é o quinto estado brasileiro que mais registra casos. Há 9.243 pessoas diagnosticadas com a doença e 751 mortos. Por lá, a situação é tão crítica que o setor funerário já enfrenta dificuldades e luta para não entrar em colapso.
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