Motociclistas dividem opiniões entre riscos e ganhos com mototáxi

Às vésperas da retomada anunciada por Uber e 99 para o serviço de mototáxi na cidade de São Paulo, os motoboys encontram-se divididos entre a chance de aumentar os rendimentos e os riscos que a atividade traz.

As empresas declararam, no final de novembro, a intenção de iniciar as operações a partir de quinta-feira (11/12), logo após o término do prazo para regulamentação.

Depois da aprovação do projeto de regulamentação em votação na Câmara na última quinta-feira (4/12), os vereadores se reunirão novamente na segunda-feira (8/12) para deliberar sobre o tema.

Vinícius Rodrigues, 26 anos, expressa sua decisão: “Não pretendo, não compensa, não vale a pena. Por causa do consumo da moto, o desgaste é todo nosso.” Ele também destaca a dificuldade de circulação: “Pilotar é perigoso. Não depende só do piloto, mas também do passageiro. Não é como o carro. É preciso saber se movimentar, caso contrário atrapalha.”

Luiz Henrique Rebeque, 33 anos, que experimentou transportar passageiros no início do ano, mostra interesse na retomada, ponderando sobre os perigos: “O risco já existe ao sair de casa de moto, mas com cuidado é possível lidar.” Ele valoriza a praticidade do serviço: “No delivery, perdemos tempo esperando o restaurante liberar o alimento e o cliente na portaria. Com passageiro, a gente já encontra na pista, é mais fácil.”

Jeniffer de Oliveira Batista, 39 anos, entende que os perigos são grandes: “São Paulo é muito arriscada para mototáxi, especialmente na região Paulista. As pessoas estão sempre mexendo no celular, o perigo é alto para motorista e passageiro.” No entanto, reconhece: “Muitos colegas vão fazer porque é uma fonte de renda, mas considero muito perigoso.”

Leandro dos Santos Silva, 33 anos, afirma que retornará ao transporte de passageiros se autorizado e ressalta a importância do diálogo para segurança: “É fundamental que o passageiro fique alinhado para evitar acidentes.” Ele também planeja usar a moto para mototáxi mesmo quando estiver fazendo delivery, desde que não transporte produtos na bag.

Os motoboys recomendam atenção à capacidade de carga das motos. Halan Lanzoni, 42 anos, que já levou passageiros, adverte: “Existem motos com limite de 120 a 130 kg. Muitas vezes, motos transportam cargas acima do permitido, o que prejudica frenagem, equilíbrio e segurança.”

Átila Osman, 35 anos, destaca a importância do uso de antenas para evitar acidentes com linhas de pipa: “Muita gente acha feio, mas isso salva vidas. Sofri um acidente há dois anos quando não tinha antena; a linha cortou meu pescoço causando ferimentos graves.”