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Motta acelera liberação de emendas após crise na Câmara
Após enfrentar uma semana complicada com obstruções da oposição e críticas de aliados que viam sua postura como fragilidade, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu agir para recuperar seu protagonismo na Casa.
Na tarde desta terça-feira, Motta reuniu os presidentes das principais comissões permanentes para definir um plano que acelere a liberação das emendas parlamentares. A iniciativa visa garantir que recursos cheguem rapidamente aos estados e municípios, atendendo a uma demanda frequente dos deputados.
Essa ação é vista como resposta ao desgaste sofrido na semana anterior, quando a oposição, liderada pelo PL e outros partidos, paralisou as votações no plenário com suas exigências, como o fim do foro privilegiado e a anistia para investigados nos atos de 8 de Janeiro, o que enfraqueceu a agenda proposta por Motta. Aliados reconhecem que ele perdeu controle naquela ocasião e precisava agir rápido para não agravar o clima.
O encontro contou com presidentes de comissões essenciais para a liberação das emendas, como Finanças, Tributação e Saúde, onde tramitam muitas indicações para direcionar recursos a obras, programas e projetos eleitorais. Motta enfatizou a importância de cumprir os prazos e eliminar entraves burocráticos.
As indicações serão votadas já nesta quarta-feira, possibilitando que os recursos sejam empenhados ainda este ano. Espera-se que a execução mais rápida permita aos deputados mostrar resultados concretos em suas bases e diminuir as tensões internas acumuladas.
Nos bastidores, parlamentares interpretam essa movimentação como uma tentativa de Hugo Motta se reaproximar dos eleitores que o escolheram em fevereiro.
Para o presidente da Câmara, essa estratégia busca também amenizar a irritação de partidos que, mesmo sem estarem formalmente na oposição, demonstravam descontentamento com a lentidão na liberação dos recursos. Nas últimas semanas, líderes de bancadas apontavam a burocracia das comissões e a falta de coordenação entre a Mesa Diretora e os colegiados como principais obstáculos.
Apesar dessa iniciativa, a oposição mantém a intenção de continuar a obstrução até que suas pautas prioritárias avancem, e a liberação das emendas não altera essa posição. Contudo, aliados do presidente Motta acreditam que, ao reduzir o descontentamento entre parlamentares independentes e governistas, ele enfraquece a força das ações opositoras.
Com esta reunião, Motta demonstra que quer equilibrar duas frentes: preservar uma “agenda de pacificação”, tratando de temas menos polêmicos — como a discussão sobre a exposição precoce de crianças nas redes sociais — e atender à principal demanda da maioria dos deputados: garantir que os recursos cheguem às suas bases eleitorais.

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