Motta critica atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA e defende interesses do Brasil

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), expressou críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado nos Estados Unidos, envolvido em negociações com o governo local que resultaram no “tarifaço”, onde os EUA impuseram sobretaxas às importações brasileiras. Para Motta, essa conduta não pode ser aceita.

—Cada deputado possui autonomia e liberdade para agir conforme acredita ser o correto. No entanto, não posso concordar com uma postura que prejudique a economia do próprio país, especialmente quando realizada do exterior— afirmou Motta em entrevista à Veja.

—Somos contrários a esse tipo de ação. Precisamos proteger o Brasil. Acredito que Eduardo Bolsonaro poderia estar defendendo questões políticas que considera importantes, como a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas jamais de uma forma que cause danos ao país. É inadmissível que um parlamentar atue contra os interesses nacionais— declarou.

Sobre o “tarifaço”, Motta ressaltou que a Câmara trabalhará para minimizar os impactos da medida.

—Estamos preparados para agir de forma a reduzir os prejuízos causados— completou.

Na última sexta-feira, Motta enviou à Corregedoria Parlamentar denúncias contra parlamentares de oposição que participaram de um protesto que bloqueou o plenário por cerca de 30 horas, interrompendo sessões. A decisão foi tomada na reunião da Mesa Diretora.

Ao menos 14 congressistas estão sob representação e podem ter seus mandatos suspensos por até seis meses, entre eles Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC) e Zé Trovão (PL-SC), denunciados por PT, PSB e PSOL.

Motta enfatizou que o momento político é delicado e que é essencial o diálogo entre os poderes e dentro das Casas Legislativas para garantir o funcionamento da Câmara dos Deputados com responsabilidade, tratando dos temas que importam à população brasileira.

—É fundamental manter a pauta do dia a dia ativa, buscar o diálogo e superar a crise institucional que o país enfrenta. Sempre priorizaremos os interesses nacionais, preservando a democracia, a soberania, a indústria, os empregos e os direitos do povo brasileiro— afirmou.

Questionado sobre sua posição em relação à anistia, Motta destacou que percebe resistência no parlamento quanto ao tema, que será amplamente discutido.

—Pelo que percebo nas conversas com colegas parlamentares, existe certa dificuldade em aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita— concluiu.