Motta justifica expulsão de jornalistas do plenário por segurança

Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, informou que a saída dos jornalistas do plenário ocorreu por motivos de segurança devido à ocupação da Mesa Diretora pelo deputado Glauber Braga.

De acordo com o Ato da Mesa nº 145/2020, a Polícia Legislativa pediu que assessores, servidores e imprensa deixassem o plenário para garantir a proteção dos presentes, conforme comunicado divulgado por Motta.

No episódio, o deputado Glauber Braga foi retirado à força da Mesa da Câmara por policiais legislativos enquanto protestava contra a cassação do seu mandato. Durante a ação, jornalistas sofreram agressões pela Polícia Legislativa. A transmissão oficial do plenário pela TV Câmara foi interrompida porque a sessão foi suspensa, e a programação passou para outra reunião legislativa, explicou a Presidência da Casa.

A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) classificou a expulsão como muito grave, afirmando que houve cerceamento do trabalho jornalístico e da liberdade de informação. A presidente da Fenaj, Samira Castro, destacou que a justificativa de segurança não é aceitável, uma vez que os profissionais foram retirados de forma violenta e agressiva, o que considerou inaceitável.

Motta havia agendado uma reunião com representantes da imprensa, porém cancelou o encontro alegando falta de tempo. Antes da sessão seguinte, o plenário foi fechado para os jornalistas sem explicações.

Em nota, Motta lamentou os transtornos causados aos comunicadores e garantiu que não houve intenção de impedir o trabalho da imprensa. Informações prestadas pelos jornalistas serão analisadas para verificar se houve excessos na condução dos acontecimentos durante a retomada dos trabalhos legislativos.

No dia seguinte aos fatos, um grupo de jornalistas organizou um protesto na Câmara contra a censura e as ações violentas dos policiais legislativos, que, conforme relatos e imagens, usaram força desproporcional contra profissionais que exerciam suas funções, resultando em ferimentos que necessitaram atendimento médico.

A Associação Brasileira de Imprensa comunicou que pretende ajuizar ações judiciais contra o presidente da Câmara pelos abusos cometidos pela Polícia Legislativa.