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Mourão classifica depoimento de porteiro como ‘fraco’, mas admite incômodo

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Presidente em exercício avalia não ter impacto para ”derrubar o governo%u201D, embora admita que %u201Cperturba o bom andamento do serviço”

(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro a respeito do depoimento de um porteiro ouvido em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol). O vice-presidente classificou o testemunho como “muito fraco”, questionou a condução das investigações feitas pela autoridade policial do estado, e avalia não ter impacto para “derrubar o governo”, embora admita que “perturba o bom andamento do serviço”.

As ponderações de Mourão foram feitas com base na reportagem do Jornal Nacional, que teve acesso ao depoimento, uma parte do inquérito policial. O presidente em exercício evitou bancar a defesa para que a investigação seja conduzida pela Polícia Federal (PF), mas sinalizou que, se as apurações não forem conduzidas de “forma correta”, o ideal é que saia das mãos das autoridades do estado fluminense e passem a ser conduzidas em âmbito federal. “Se chegar à conclusão que o inquérito lá do Rio efetivamente não está sendo conduzido de forma correta, eu acho que o presidente tem toda a autoridade para tentar buscar uma defesa dele, até que o cidadão seja ouvido por outras pessoas”, analisou.

O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi acionado para que demande a PF a ouvir o porteiro. Mourão, por sua vez, não considera a decisão uma intervenção indevida de poderes. “O estado do Rio de Janeiro está investigando por meio da sua polícia um crime que ocorreu lá. (…) Não quero entrar em outros detalhes, pois o inquérito está sendo conduzida pela polícia do Rio, e a gente sabe que a polícia do Rio, parte dela, está envolvida nesse crime”, ponderou.

O vice-presidente avalia com naturalidade a reação do presidente. Em live na terça-feira (29/9), o presidente se defendeu e disse que a reportagem tenta insinuar que ele teria tido alguma participação no assassinato de Marielle. O presidente refutou as informações e criticou a Globo — em mais de uma ocasião desde a reportagem ir ao ar. Para Mourão, o presidente da República reagiu “com muita calma”. “Toda pessoa que é atingida de forma desleal, e quando sabe muito bem que não tem nada a ver com o processo, a pessoa se sente triste, enraivecida, muitas vezes”, declarou.

Como frisou Bolsonaro e a própria reportagem, o presidente, então deputado federal, estava na Câmara dos Deputados na data do homicídio. As provas são vídeos e registros em participações plenárias. Por esse motivo, Mourão avalia o depoimento como “muito fraco”. “Não era o caso de ter feito o escândalo todo que foi feito em cima disso, que é um depoimento fraco. (…) Não dá para derrubar o governo dessa forma, mas que perturba o bom andamento do serviço, como se diz na linguagem militar, perturba”, comentou.

 

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