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Movimento na zona oeste de SP busca preservar perfil residencial de bairros
Eles estão reunindo assinaturas contra o projeto de Lei de Zoneamento, atualmente em discussão na Câmara Municipal, que prevê que vias como a Rua Estados Unidos e a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, nos Jardins, sejam transformadas em Zonas Corredor (ZCor), ou seja, locais com comércio e serviços.
“Ao estimular criação de novas atividades em Pinheiros, por exemplo, você tira oportunidade de emprego em áreas mais distantes e mais carentes da cidade e, com isso, cria um dano que justamente a Lei de Zoneamento quer evitar, de o trabalhador viajar para trabalhar”, afirma o advogado Joca Levy, morador dos Jardins, um dos integrantes do movimento.
Segundo Levy, existe um “confronto” entre donos de imóveis, que seriam favor dos corredores, e moradores, que gostariam de manter o atual zoneamento. “Uns querem vender e alugar seu imóveis e outros querem paz”, diz.
Para levar adiante sua proposta, o Ame seu Bairro promoveu um encontro no domingo, 25, na Praça Gastão Vidigal, no Jardim Paulistano, para colher assinaturas de moradores favoráveis à manutenção dos atuais usos nos corredores que cortam as ZERs. Segundo Levy, 500 pessoas assinaram a petição.
O movimento tem representantes dos Jardins, Pinheiros, Jardim das Bandeiras e Planalto Paulista. Nomes estrelados como o do publicitário Nizan Guanaes fazem parte da equipe.
O grupo solicitou reunião com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e com o vereador Paulo Frange (PTB), relator da Lei de Zoneamento na Câmara. O maior desafio do grupo será conseguir tempo hábil para mobilizar pessoal e conversar com autoridades, já que na semana que vem um novo texto da lei deve ser apresentado.
Alto de Pinheiros
Na quinta-feira, 22, uma reunião entre os moradores do bairro Alto de Pinheiros para discutir mudanças na lei de zoneamento terminou em bate-boca. Um grupo de moradores contrário à posição da Associação dos Amigos de Alto de Pinheiros (Saap), que defende a implantação de zona corredor na Avenida Diógenes Ribeiro de Lima, pediu a reunião para reivindicar que a via continue como é hoje, ou seja, zona estritamente residencial.
Cerca de 100 pessoas compareceram e debateram por duas horas e meia. “Estamos bastante preocupados com o impacto que a lei pode causar no caráter residencial do bairro”, afirmou o engenheiro Fernando Kenworth. “O corredor pode causar um dano irreversível para os moradores. Estamos na iminência de um caos.”
A presidente do Conselho consultivo da Saap, Maria Ignez Marcondes, rebateu as afirmações de Kenworth. “Acho que vocês estão atrasados em um ano e meio com essas reivindicações”, disse ela. “A Saap vem estudando e debatendo o projeto de lei desde a publicação do plano diretor, em 2014, visando a garantir que a lei incorporasse mecanismos de preservação das Zonas Estritamente Residenciais.”
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