O Ministério Público do Distrito Federal cumpriu nesta segunda-feira (17) mandados de busca e apreensão nas casas dos servidores da Câmara Legislativa Alexandre Braga Cerqueira e Sandro Vieira, ligados aos deputados distritais Bispo Renato (PR) e Celina Leão (PPS), respectivamente.
Os dois também foram alvos de condução coercitiva, quando são levados obrigatoriamente a depor.
Na Câmara, Alexandre Braga Cerqueira foi responsável pelos contratos e pagamentos da Câmara. Em depoimento ao MP, o presidente da Associação Brasiliense de Construtores, o empresário Afonso Assad, aponta o servidor como emissário de deputados, tendo cobrado “ajuda” dele, ou seja, participação no suposto esquema que exigia pagamento de propina em troca de assinatura de contrato público. A ação desta quinta foi em uma lotérica do Jardim Botânico ligada a Cerqueira.
A assessoria do deputado Bispo Renato informou que “não tem conhecimento de nenhum ato ilícito envolvendo” Cerqueira. O distrital aproveitou para dizer que reafirma a inocência e que as declarações contra eles são infundadas.
Sandro Vieira é suspeito de ocultar informações do gabinete de Celina no dia 22 de agosto, véspera da primeira fase da operação. O assessor parlamentar foi exonerado do cargo de secretário legislativo em 30 de agosto. Ligado à presidente afastada da Casa, Celina Leão, ele passou a exercer o “cargo especial de gabinete”. Com isso, o salário dele caiu de R$ 11,9 mil para R$ 6,6 mil. A ação desta quinta também foi na casa de Vieira, em Águas Claras.
Sandro Vieira é suspeito de ocultar informações do gabinete de Celina no dia 22 de agosto, véspera da primeira fase da operação. O assessor parlamentar foi exonerado do cargo de secretário legislativo em 30 de agosto. Ligado à presidente afastada da Casa, Celina Leão, ele passou a exercer o “cargo especial de gabinete”. Com isso, o salário dele caiu de R$ 11,9 mil para R$ 6,6 mil.
A assessoria de imprensa da deputada Celina Leão disse que ela só iria se pronunciar durante a tarde desta segunda.
Segunda fase
Em 2 de setembro, a Polícia Civil apreendeu documentos na Câmara, em gabinetes de membros afastados da Mesa Diretora. A corporação também tentou acesso a filmagens e gravações de sessões plenárias da Casa de 2015, mas, segundo a assessoria da Câmara Legislativa, não havia material disponível.
Os principais alvos da operação policial foram os membros afastados da Mesa Diretora: Celina Leão (PPS), o primeiro-secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo, Júlio César (PRB), e o terceiro, Bispo Renato Andrade (PR). Também foi alvo da investigação o deputado Cristiano Araújo (PSD), suspeito de articular o esquema de recebimento de propina. Todos negam envolvimento com irregularidades. Também foi alvo o computador do servidor que redigiu a emenda investigada.
A Polícia Legislativa chegou a negar que computadores tenham sido retirados da Casa. Mesmo assim, os investigadores afirmaram que a segunda fase da operação Drácon foi motivada por essa suspeita.
“Alguém que se sente na audácia de subtrair provas está sujeito a ser preso”, afirmou então o promotor Clayton Germano, à frente das investigações. No dia da ação, ele disse que não poderia informar se de fato algum documento ou eletrônico estava “faltando” porque poderia atrapalhar as investigações, em sigilo.
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