Centro-Oeste
MP inicia investigação sobre agressão policial a pai e filho

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), abriu uma investigação para apurar uma abordagem violenta que causou indignação na população local na quarta-feira (9/7).
Durante o incidente, os agentes Gustavo Suppa e Victor Alves, da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), foram registrados agredindo um motorista na área da 112 Norte após um acidente de trânsito menor. A criança de 5 anos, filho da vítima, presenciou toda a situação. Os policiais levaram o motorista detido e deixaram a criança sob cuidados de estranhos na rua.
Segundo o MPDFT, o Ncap conduzirá a investigação, cujo resultado servirá para determinar as ações necessárias, que podem variar desde medidas corretivas até a responsabilização dos envolvidos, dependendo do caso.
O órgão também indicou que acompanhará o inquérito policial e o procedimento disciplinar conduzido pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal para garantir rigor e transparência.
O Ncap é responsável por supervisionar e controlar as ações da polícia civil, focando na legalidade e proteção dos direitos fundamentais, especialmente em casos que mostram indícios de abuso ou condutas irregulares.
Registro da prisão
As imagens do ocorrido mostram um dos policiais dando socos em Diego, que estava rendido e sem oferecer resistência.
A ação foi motivada pelo fato de Diego ter colidido, sem causar danos significativos, com uma viatura descaracterizada da DCA. Os dois agentes à paisana saíram do veículo e iniciaram uma sequência de violência em público.
Nas filmagens, é possível ver o policial socando o pulso de Diego. Logo depois, seu filho aparece dentro do carro e observa o pai sendo algemado, chorando sem receber atenção dos policiais.
Diego foi contido, conforme mostram testemunhas nos vídeos. Após alguns minutos, outras viaturas chegaram ao local. Ele foi liberado da delegacia por volta das 19h30.
Com a repercussão do caso, a Polícia Civil do Distrito Federal afastou os agentes das operações e os transferiu para funções administrativas.
Agressões testemunhadas
Uma testemunha, que preferiu não se identificar por medo de retaliações, relatou ter visto a viatura invadir a contramão e fechar o carro de Diego.
“Eu estava logo atrás. Eles retiraram o homem do carro e começaram a dar coronhadas. Pensei que fosse um assalto. Vi que ele parecia muito assustado.”
A mulher acrescentou que Diego clamava pelo filho. “Ele gritava, ‘meu filho, meu filho’. Saí do meu carro e tentei pegar a criança, que estava muito aflita”, contou.
“O menino tem apenas cinco anos, estava tão transtornado que não conseguia dizer o endereço nem o nome da mãe.”
Descrição da brutalidade
Sofia Veríssimo, que trabalha na localidade, classificou a intervenção policial como violenta. “O policial careca de camisa branca puxou o pai da criança para fora do carro.”
“Ele aplicou uma chave de braço, agrediu e jogou o homem no chão. Foram muito agressivos, sendo desnecessário esse comportamento, pois o contato foi apenas um arranhão no carro.”
A mãe de Tito, colunista do Metrópoles, Gabriella Furquim, 34 anos, relatou como soube da prisão:
“Recebi uma ligação do celular dele, dizendo que Tito estava sozinho e assustado, me passando o endereço para ir rápido. Ao chegar, um policial me abordou e pediu que eu entrasse na viatura para prestar depoimento, pois o pai de meu filho teria cometido um crime. Pedi para ver Tito primeiro e encontrei meu filho com desconhecidos, que me contaram que o pai foi retirado à força do carro, espancado, preso, e que eles o deixaram sozinho.”

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