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MP pede que polícia apure vazamento de informações para Paulo Octavio

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O Ministério Público do Distrito Federal requisitou que a Corregedoria da Polícia Civil investigue suposto vazamento de informações de policiais para o ex-governador Paulo Octavio e o ex-administrador de Taguatinga Carlos Jales, denunciados por envolvimento em um suposto esquema de liberação de alvarás de construções irregulares. A corporação disse que não foi oficialmente comunicada da determinação, mas que assim que isso ocorrer vai instaurar inquérito. Também disse que, se os fatos forem comprovados, os responsáveis serão punidos.

De acordo com o documento enviado pelo MP à polícia nesta quarta, policiais teriam passado informações privilegiadas para ambos os denunciados assim que a Operação Átrio foi deflagrada, no final do ano passado. O órgão afirma que essa foi a razão para que o ex-administrador de Taguatinga não fosse encontrado em casa após ter o mandado de prisão temporária decretado e o ex-governador estivesse com os telefones desligados ao ter determinada sua condução coercitiva à delegacia.

“Há de se destacar que Paulo Octavio e Carlos Jales foram informados, na véspera, da existência das medidas decretadas, evadiram-se e não foram localizados em suas residências”, diz o documento. A defesa de Paulo Octavio disse desconhecer a denúncia e afirmou que vai buscar mais informações.

Paulo Octavio está preso desde segunda-feira. Ele foi transferido na madrugada de terça para o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, para ficar em uma sala de Estado-Maior. Segundo a Justiça, ele é réu em sete processos e vai responder por organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e corrupção passiva.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram o ex-governador pedindo ao então administrador de Taguatinga, Carlos Jales, para não entregar ao Ministério Público os documentos do JK Shopping, de propriedade dele. Na gravação, ele diz que abriria o empreendimento com ou sem autorização. A defesa do ex-governador afirma que as escutas foram “mal interpretadas”.

Investigações da Polícia Civil apontam que ofuncionamento do centro de compras foi autorizado mesmo com o empreendimento estando entre as obras que violavam normas urbanísticas.

Trechos de conversas entre Paulo Octavio e o ex-administrador de Taguatinga, gravadas com autorização judicial, revelam que o ex-vice-governador exercia influência no órgão.

Carlos Jales: A mulher mandou pegar seu processo lá na administração [regional de Taguatinga] agora.
Paulo Octavio: Mas não entrega, ué.
Carlos Jales: Uai, tem que entregar, ela está lá. Está levando tudo para o Ministério Público.
Paulo Octavio: Não, você não pode fazer isso. Como é que você vai agora aprovar o projeto?
Carlos Jales: Pois é. Como é que eu faço para brecar uma promotora?
Paulo Octavio: Você não entrega, ué.

A seguir, o ex-governador afirma que vai abrir o shopping de qualquer jeito.

Paulo Octavio: Eu vou inaugurar daqui a 30 dias, chova ou faça sol, certo? Então, fizemos tudo do melhor e do possível. Uma arquitetura maravilhosa. Botamos R$ 350 milhões em Taguatinga.

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