MP solicita afastamento de ex-presidentes por inércia no Corinthians

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou à Justiça o afastamento dos três últimos presidentes do Corinthians — Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo — dos conselhos deliberativo e de orientação do clube.

A investigação do órgão abrange gastos feitos com cartões corporativos desde o início de 2018 até maio de 2025, período em que esses dirigentes estavam à frente do Corinthians.

Possíveis crimes investigados:

• Apropriação indébita;
• Furto qualificado por concurso de agentes, abuso de confiança e/ou estelionato;
• Falsidade ideológica;
• Associação criminosa;
• Lavagem de dinheiro.

De acordo com o MPSP, o afastamento é fundamentado no fato de que os ex-presidentes ainda detêm poder de voto e influência no clube. O documento alerta que eles podem exercer seu direito de voto nas próximas eleições indiretas para a Presidência do SCCP e Conselho de Ética, podendo escolher aliados políticos e interferir no andamento da investigação.

O pedido específico para o afastamento de Augusto Melo considera que ele só deverá ser afastado se ainda participar de algum conselho ou de qualquer outra forma da vida política do clube, especialmente após seu impeachment decorrente das investigações relacionadas ao caso Vai de Bet.

O MPSP também cita obstáculos enfrentados na investigação, destacando a desorganização administrativa do clube, sua inércia, e a falta de alguns documentos financeiros essenciais, como faturas de cartões corporativos e relatórios de despesas, que dificultam a análise detalhada dos fatos.

Posição dos envolvidos

A defesa de Augusto Melo declarou não se opor à medida requerida. Segundo a nota, durante sua gestão no Sport Club Corinthians Paulista, sua conduta foi pautada pela transparência e responsabilidade, ressaltando que ele nunca utilizou seu cartão corporativo.

Até o momento, o Corinthians não se pronunciou oficialmente. As defesas de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves não responderam aos contatos feitos pela reportagem.