Conecte Conosco

Brasil

MP vai à Justiça por divulgação de índices negativos do Cantareira

Publicado

em

O Ministério Público (MP) de São Paulo entrou na Justiça para que a Sabesp divulgue os índices negativos de armazenamento do Sistema Cantareira. Segundo a ação, a metodologia utilizada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo para calcular o índice de água disponível “é questionável”.

Para os promotores, a Sabesp reluta em advertir a população que o Cantareira opera em níveis negativos de armazenamento, já que as duas parcelas do volume morto não foram recuperadas integralmente.

Procurada, a companhia disse que ainda não recebeu a notificação e irá se manifestar formalmente em juízo. “Todos os dados relativos aos índices dos mananciais e, em particular do Sistema Cantareira, estão disponibilizados no site”, diz nota. O comunicado acrescenta que a Sabesp “considera que esta ação sobrecarrega desnecessariamente o Judiciário”.

A Sabesp já havia mudado a maneira de divulgação após o MP pedir mais detalhes da situação do manancial.  A conta para chegar ao índice do nível do Cantareira, anteriormente, só considerava o volume útil do sistema, que é de 982 bilhões de litros.

Desde 17 de março, porém, a Sabesp insere no cálculo diário do nível do sistema a quantidade acrescentada pelas reservas técnicas (182,5 bilhões de litros do primeiro volume morto e 105 bilhões de litros do segundo volume morto). Um gráfico passou a ser apresentado que considera o volume útil e o volume morto, especificando o total do sistema para cada situação.

A situação do abastecimento de água em São Paulo ainda é crítica, já que apenas a segunda cota do volume morto foi recuperada.

A nova ação pede que a companhia passe a divulgar os índices do Cantareira com a “exata indicação de que ele opera com índices negativos” de armazenamento. “Caso não seja a população expressamente advertida da gravidade da situação de armazenamento no Sistema Cantareira, nenhuma conduta que vise a estimular a economia no consumo de água pode ser bem sucedida”, diz o documento.

O MP pede também que a elaboração dos cálculos relativos aos volumes armazenados e consumidos do Cantareira utilize, para evitar equívocos, as informações divulgadas pelos órgãos gestores (Agência Nacional de Águas e Departamento de Águas e Energia Elétrica), e não os dados provenientes de metodologia própria.

A ação civil pública foi ajuizada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – Núcleo Cabeceiras e da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital. Segundo o MP, eles já tinham recomendado, em fevereiro e em março deste ano, a divulgação dos índices negativos pela Sabesp. Como isso não ocorreu, decidiram entrar na Justiça.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados