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MPSP acusa PMs de envolvimento na morte de jovem em Piracicaba

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Seis policiais militares (PMs) foram formalmente acusados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por sua participação no caso que resultou na morte de Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, atingido por um disparo na cabeça em Piracicaba, interior de São Paulo, na noite de 1º de abril.

Segundo a 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Piracicaba, divulgada na última quinta-feira (10/7), a denúncia aponta que um dos policiais pode responder por homicídio com qualificadoras (motivo abjeto e impossibilidade de defesa) e fraude processual, enquanto outro enfrenta acusação por tortura. Os demais foram acusados de coação durante o processo e violação dos direitos do advogado.

O promotor Aluisio Antonio Maciel Neto destacou que durante o episódio, Gabriel sofreu agressões que motivaram sua esposa, grávida, a intervir. Ela foi agredida fisicamente pelos policiais, incluindo tapas, empurrões e puxões de cabelo. Ao tentar se aproximar para defender a esposa, Gabriel foi alvejado na cabeça por um dos agentes, falecendo no local.

A denúncia também relata que a esposa da vítima, Rebeca Mirian Alves Braga, foi levada à força para a viatura, onde enfrentou violência psicológica. Além disso, um policial militar recolheu objetos no local que foram apresentados posteriormente como provas falsas para incriminar Gabriel.

O documento menciona, ainda, que o advogado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Gustavo Pires, sofreu violência policial no local dez dias depois do ocorrido.

Dois policiais já estavam temporariamente presos e quatro afastados após ação conjunta do MPSP e da Corregedoria Geral da Polícia Militar em 24 de junho, que também cumpriu mandados de busca e apreensão.

Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva foi baleado durante abordagem policial quando, ao defender a esposa, pegou uma pedra para afastar os agentes. Vídeos amadores registram o momento em que Rebeca foi puxada pela polícia e o disparo fatal foi ouvido pelos vizinhos.

O jovem foi socorrido pelo Samu e levado ao hospital local, onde foi constatada sua morte.

Os policiais envolvidos patrulhavam a região quando viram Gabriel com um objeto suspeito. Após resistência na abordagem, ele tentou usar a pedra para se defender, incitando a reação dos policiais que efetuaram o disparo.

As armas dos policiais foram apreendidas, e o caso será investigado por inquérito policial militar (IPM), assim como pela 3ª Delegacia de Homicídios do Deic do Deinter 9. A Secretaria da Segurança Pública ressaltou que não tolera desvios de conduta e que os responsáveis, caso confirmados, serão punidos.

Após o ocorrido, policiais retornaram ao local em duas ocasiões, causando receio e protestos por parte dos moradores, incluindo Rebeca Mirian Alves Braga, que teme intimidações para silenciar a comunidade.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Piracicaba, Gustavo Pires, relatou uma abordagem violenta da polícia quando retornou para ouvir testemunhas. Ele foi obrigado a encerrar uma ligação de vídeo, teve seu carro revistado e enfrentou ameaças explícitas, enquanto populares registravam a ação policial. A Secretaria da Segurança Pública reafirmou seu compromisso em combater abusos por parte dos agentes.

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