MPSP investiga vereador por vídeos provocativos em universidades

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) iniciou uma investigação contra o vereador Lucas Pavanato (PL) e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) devido à divulgação de vídeos considerados provocativos em instituições públicas de ensino e casas legislativas.

De acordo com a denúncia, Pavanato e os membros do MBL entraram nesses locais com o intuito de provocar pessoas consideradas contrárias a eles, gravando vídeos para publicar nas redes sociais. Essa ação pode configurar abuso de poder e causar prejuízos ao erário público.

Para o promotor Ricardo Manuel Castro, o vereador age como se não precisasse de permissão para usar a imagem das pessoas abordadas, mesmo em prédios públicos, para criar conteúdo que lhe traz benefícios nas redes sociais. Essa postura pode ser investigada como abuso no exercício do mandato.

Os investigados têm o prazo de 15 dias para apresentar esclarecimentos por escrito.

Em contato, não houve retorno do vereador Lucas Pavanato até a publicação desta matéria, sendo o espaço aberto para manifestações.

Indenização a estudante da USP

Em março deste ano, o vereador Lucas Pavanato quitou R$ 8 mil em indenização por danos morais a uma estudante da Universidade de São Paulo (USP), após decisão judicial que o condenou por utilizar indevidamente a imagem da jovem em vídeo nas redes sociais.

O ocorrido foi em agosto de 2023, antes da eleição para a Câmara Municipal. No material, Pavanato questionava estudantes sobre figuras históricas como Karl Marx e Adam Smith. Conhecido por gravar vídeos provocativos a apoiadores e militantes de esquerda, o político, ex-integrante do MBL, tornou-se notório por esse tipo de conteúdo.

A estudante Luana Fernanda Luiz afirmou que teve sua imagem usada sem autorização, relatando que foi abordada no campus para participar de um quiz e que posteriormente foi exposta nas redes sociais, motivo pelo qual buscou reparação por danos morais e remoção do vídeo.

Em sua defesa, o vereador declarou que a jovem concordou em participar do quiz e negou qualquer intenção de ridicularizá-la.