Multidão apoia ex-presidente Uribe após condenação

Milhares de colombianos saíram às ruas em todo o país na última quinta-feira (7) para mostrar seu apoio ao ex-presidente Álvaro Uribe, que foi condenado a 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual.

Mesmo com a chuva, o líder da direita colombiana mobilizou centenas de pessoas em Bogotá nas manifestações organizadas pelo seu partido, o Centro Democrático, principal força de oposição.

Álvaro Uribe, que governou o país de 2002 a 2010, está atualmente cumprindo prisão domiciliar enquanto a sentença é recorrida. Ele é acusado de ter subornado testemunhas para evitar ligações a grupos paramilitares que atuaram durante o conflito armado colombiano.

Com sombrinhas, capas de chuva, bandeiras da Colômbia, apitos, tambores e música, os manifestantes cantavam slogans em apoio a Uribe, dirigindo-se à Praça de Bolívar, no coração da capital.

Segundo Sergio Carreño, estudante de direito de 24 anos, as pessoas se reuniram para denunciar a injustiça cometida contra o ex-presidente. Em Medellín, cidade natal de Uribe, a população também saiu em defesa do ex-mandatário.

Tomás Uribe, filho do ex-presidente, pediu o fim da hostilidade contra a oposição política no país.

Uribe alega que sua condenação tem motivação política, atribuída à esquerda que atualmente governa a Colômbia.

O processo começou em 2012, quando Uribe apresentou uma queixa contra o senador de esquerda Iván Cepeda, acusando-o de manipular testemunhas para relacioná-lo a paramilitares. Em 2018, a Suprema Corte iniciou uma investigação contra Uribe por suposta manipulação de testemunhas.

Iván Cepeda denunciou uma campanha de difamação contra o judiciário por parte de Uribe e revelou que está recebendo ameaças de morte.

Uribe é popular por sua luta contra a guerrilha durante seus dois mandatos, apesar de críticas severas por violações de direitos humanos nos períodos mais violentos do conflito armado.

O evento aconteceu no mesmo dia da celebração da independência da Colômbia e marca o último ano do governo do presidente Gustavo Petro, representante da esquerda e rival político de Uribe.

As manifestações precedem as eleições presidenciais de 2026, nas quais a candidatura da direita aparece liderando as intenções de voto.