O presidente Michel Temer (MDB) vai aproveitar o feriado do Dia do Trabalho, no 1º de maio, para anunciar um reajuste do programa Bolsa Família. Trata-se do segundo reajuste na conta do benefício desde que Temer chegou ao Palácio do Planalto, em maio de 2016. A previsão é que o reajuste fique próximo à reposição da inflação de 2017, algo inferior aos 3%. Em miúdos, significa que o poder de compra será apenas mantido. Mas para o governo o que importa é o simbolismo.
O aumento passado se deu nos últimos dias de Dilma Rousseff (PT) como presidente da República. O papel de Temer, então, foi aumentar o ajuste de 9% para 12,5%. A ideia agora era dar aos beneficiários uma taxa melhor, mas houve veto da equipe econômica por conta do estado das contas públicas.
A cúpula do presidente ensaiou antecipar o anúncio para a sexta-feira, quando o presidente foi alvo de reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que mostrava detalhes do inquérito dos portos. A principal revelação foi de que Temer, segundo os investigadores, pode ter usado dinheiro de propina da empreiteira Engevix e da JBS para pagar obras em imóveis de parentes, como sua filha Maristela.
Além das denúncias, Temer tenta promover medidas populares em período pré-eleitoral. O incentivo vem depois de mais uma semana de completa paralisia na agenda econômica enviada ao Congresso. C0mo colher os frutos de uma recuperação fiscal está praticamente fora da mesa, a equipe do presidente estuda medidas que possam valer sem depender da base aliada, que está mais dissolvida a cada dia.
É um aumento bem-vindo para quem depende do Bolsa Família, mas está longe de melhorar a imagem em torno do presidente.
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