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Namorado matou estudante trans para evitar assumir relacionamento

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Carmen de Oliveira Alves, uma estudante trans, teria sido assassinada por seu namorado Marcos Yuri Amorim devido à recusa deste em assumir a relação, segundo declarou o delegado Miguel Rocha, encarregado da investigação do caso ocorrido em Ilha Solteira, interior de São Paulo.

Carmen está desaparecida desde 12 de junho, após realizar uma prova do curso de zootecnia na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus Ilha Solteira, e foi vista pela última vez ao sair do campus. Há suspeita de feminicídio. O corpo ainda não foi encontrado.

Amigos e familiares iniciaram buscas nas redes sociais devido à ausência de respostas por quase 29 dias. Carmen era conhecida por sua alegria e boa reputação na comunidade, sem sinais aparentes de tristeza antes do desaparecimento.

Em 10 de julho, foram presos temporariamente dois suspeitos: Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima, e o policial militar ambiental Roberto Carlos Oliveira. Conforme o delegado, ambos mantinham um relacionamento amoroso e teriam agido juntos para matar Carmen e esconder o corpo.

A investigação revelou que Carmen havia elaborado um dossiê com provas de crimes cometidos por Marcos Yuri, como roubo e furto, para pressioná-lo. Segundo testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos, Marcos não aceitava assumir o relacionamento, o que motivou o crime.

A polícia segue em busca do corpo. O último local onde o celular de Carmen foi rastreado foi na casa do namorado, situada em um assentamento chamado Estrela da Ilha. Mandados de busca foram cumpridos no local com apoio da Guarda Municipal, Canil da Polícia Militar e até drone para varredura da área.

Perícias foram realizadas nas residências e veículos dos suspeitos para encontrar vestígios que esclareçam os fatos. A polícia trabalha com a hipótese de que o corpo tenha sido lançado em um rio da região, e a Marinha do Brasil foi acionada para auxiliar, inclusive com mergulhadores, se necessário.

A família de Carmen expressou sua dor e angústia em uma nota nas redes sociais, destacando que ela era uma mulher amada, esforçada, alegre e muito querida, que utilizava a arte para se expressar. Os familiares ressaltaram a longa batalha pela justiça, enfatizando a vulnerabilidade das pessoas trans e negras no sistema judicial, sobretudo diante da ausência do corpo e materiais de prova.

A Unesp lamentou o ocorrido e demonstrou solidariedade à família, repudiando toda forma de violência e reafirmando seu compromisso com a vida, dignidade humana e respeito à diversidade. A universidade não se pronunciou sobre a possível expulsão de Marcos Yuri, que também é estudante na instituição.

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