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Não devemos aceitar intervenções externas, afirma Mauro Vieira

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou nesta segunda-feira (22) durante seu discurso a importância da união entre os países da América Latina e do Caribe para garantir o respeito à soberania regional. Ele ainda propôs a formação de um grupo de trabalho para dar acompanhamento estratégico às relações e diálogos entre os países latinos e outras nações e regiões.

Vieira pronunciou-se na Reunião de Chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, Intra-Celac, em Nova York, onde está participando da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Mauro Vieira afirmou categoricamente: “Não podemos aceitar intervenções externas sob qualquer justificativa. Permitir ações de intimidação sem uma resposta conjunta seria um convite aberto a novas ingerências. É crucial fortalecer a Celac como principal mecanismo para proteger a soberania dos países latino-americanos e caribenhos.”

O ministro enfatizou que a região vem enfrentando intervenções reminiscentes de práticas antigas que violam a soberania dos Estados. Vieira criticou: “Estamos presenciando atos de forças militares de fora da região na América Latina e no Caribe, com atitudes que remetem não apenas ao século 20, mas ao século 19.”

Recentemente, a maioria dos membros do grupo expressou preocupação com a movimentação militar fora da região no Caribe, numa referência indireta à presença de navios, submarinos e tropas americanas perto da Venezuela.

No discurso, ele também alertou para os riscos de classificar certos grupos criminosos como alvos terroristas legítimos, o que pode justificar ações armadas arbitrárias, infringindo a Carta das Nações Unidas. Ele destacou que isso constitui um precedente perigoso que pode desequilibrar o ordenamento jurídico regional e provocar instabilidade geopolítica.

Mauro Vieira apontou que, para o Brasil, a Celac é um fórum essencial para avançar em temas regionais como combate à fome e à pobreza, fomento ao desenvolvimento e aprimoramento da infraestrutura integrada dos países participantes.

Ele explicou: “No atual cenário internacional, a agenda externa da Celac assume uma importância crucial para projetar a voz e os interesses da região, além de fortalecer o multilateralismo. Defendo a criação de um grupo de trabalho para acompanhar os vários diálogos que mantemos com países e blocos de outras partes do mundo, garantindo um acompanhamento estratégico adequado.”

Vieira também defendeu que o próximo secretário-geral da ONU, atualmente ocupado por António Guterres, seja um representante da América Latina e do Caribe, com o objetivo de promover um sistema internacional mais justo, inclusivo e representativo. A eleição para o cargo está prevista para 2026.

A Celac, criada em 2010, é uma plataforma de diálogo que integra 33 países da América Latina e do Caribe. Desde sua fundação, tem promovido encontros para tratar de assuntos relevantes para as nações da região, incluindo educação, desenvolvimento social, cultura, transportes, infraestrutura e energia.

Além dos países membros, a Cepal inclui também Estados da América do Norte, Europa e Ásia que possuem laços históricos, econômicos e culturais com a região, chegando a totalizar 46 Estados-Membros e 14 membros associados, correspondendo a territórios caribenhos com status jurídico especial.

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