E o presidente continuou: “Adversários políticos e autoridades constituídas poderiam ser fuzilados ou enforcados em praça pública, a julgar por aquilo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e os seus seguidores tramam nas redes sociais. Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra o país e contra o seu próprio povo”, defendeu o petista.
“O perdão soaria como impunidade, e a impunidade como salvo-conduto para novos atos terroristas no nosso país”, destacou.
Pacificação
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, reafirmou o compromisso com a democracia e ressaltou que os atos não representam uma vontade popular. “Os inimigos da democracia disseminam ódio para enganar e recrutar uma parcela da sociedade. Os inimigos da democracia usam um falso discurso político para ascender ao poder, para nele se manter de maneira ilegítima e para dissimular suas reais intenções”, criticou o senador.
“As instituições republicanas, por outro lado, são verdadeiramente fortes — fortes, porque respaldadas pelo mais elementar dos poderes, aquele que emana do povo. E quem tem força não precisa demonstrá-la de maneira vã”, defendeu Pacheco. Ele também anunciou a retirada das grades que cercam o Congresso Nacional, em um ato simbólico.
Presidente da Suprema Corte, Barroso pregou a pacificação. “Que venha um tempo de pacificação, no qual as pessoas que pensam de maneira diferente possam sentar na mesma mesa e expor seus argumentos sem se ofenderem ou se desqualificarem”, falou o ministro. “Precisamos de um choque de civilidade no país. Ódio nunca mais”, pediu.
“Banalizou-se o mal. Não há mais espaço na vida brasileira para quarteladas”, defendeu Barroso. No fim do discurso, Pacheco afirmou vai retirar as grades que cercam o Congresso Nacional.
Em discurso, o ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, destacou a união entre os Poderes para enfrentar os efeitos dos ataques. “A democracia venceu. O Estado Constitucional prevaleceu”, ressaltou o ministro.
“Hoje, também é momento de reafirmar para o presente que somos um único povo, que brasileiros e brasileiras devem estar no centro de todas as instituições. A democracia não nos permite confundir paz e união com impunidade”, continuou Moraes.
O ministro também defendeu a responsabilização dos autores e daqueles que “pactuaram” com a investida golpista. “Apaziguamento não representa paz nem união”, disse.
O discurso do presidente do TSE foi recheado de críticas às redes sociais. Ele ainda defendeu a regulamentação das plataformas. “O que vale para o mundo real deve valer para o mundo digital”, destacou Moraes.
“Hoje, também é momento de reafirmar para o presente que somos um único povo, que brasileiros e brasileiras devem estar no centro de todas as instituições. A democracia não nos permite confundir paz e união com impunidade”, continuou Moraes.
O ministro também defendeu a responsabilização dos autores e daqueles que “pactuaram” com a investida golpista. “Apaziguamento não representa paz nem união”, disse.
O discurso do presidente do TSE foi recheado de críticas às redes sociais. Ele ainda defendeu a regulamentação das plataformas. “O que vale para o mundo real deve valer para o mundo digital”, destacou Moraes.
Ato em defesa da democracia
Segundo o governo federal, a cerimônia teve o objetivo de reafirmar a importância e a força da democracia brasileira e de restituir ao patrimônio público, de maneira simbólica, itens depredados durante a invasão.
Na abertura do ato, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, executou o Hino Nacional, acompanhada de grupo musical. Em seguida, discursaram os chefes dos Três Poderes.
No primeiro momento, os chefes dos Poderes reapresentaram, em um ato simbólico, a tapeçaria de Burle Marx, vandalizada na invasão ao Congresso Nacional, e o exemplar da Constituição furtado durante os ataques.
A obra de Burle Marx, criada em 1973, foi vandalizada durante a invasão do Congresso Nacional em 8 de janeiro. Após minucioso trabalho de restauração, a tapeçaria foi reintegrada ao patrimônio do Senado Federal. Já a réplica da Constituição foi recuperada, sem qualquer dano, após ter sido furtada do STF, também durante as invasões.
No fim do ato alusivo aos ataques de 8/1, Lula e os demais chefe dos Poderes desceram a rampa do Congresso Nacional.
Exposição no STF
Também nesta segunda-feira, o Supremo deu início à exposição “Após 8 de janeiro: reconstrução, memória e democracia”. A abertura da mostra foi feita pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, no Hall dos Bustos, com a presença de ministros, autoridades de outros Poderes e convidados.
A exposição exclusiva para registrar o que ocorreu no STF será aberta ao público a partir de terça-feira (9/1), das 13h às 17h, no térreo do Edifício-Sede da Corte, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A iniciativa é voltada à preservação da memória institucional da Corte. O público terá acesso a cenas que simbolizam tanto a resistência do STF diante do ataque quanto a retomada das atividades da Casa, além dos esforços das equipes envolvidas na reconstrução e restauração do patrimônio do Supremo.
A mostra também contempla o projeto “Pontos de Memória”, implementado logo após os atos antidemocráticos e que expõe peças danificadas, fragmentos decorrentes da violência e demais vestígios físicos do ataque, instalados em locais de maior circulação de pessoas.
Mostra no Congresso Nacional
A Câmara dos Deputados inaugurou, nesta segunda-feira (8/1), uma exposição sobre a invasão de extremistas ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. A atividade cultural faz parte dos eventos em alusão ao primeiro ano após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A mostra é composta por registros fotográficos do dia da invasão e pela exposição de objetos danificados pelos extremistas que, na tarde daquele domingo, marcharam pela Esplanada dos Ministérios pedindo a anulação da eleição presidencial de 2022, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de fotos, há a exposição de objetos restaurados, como os azulejos do painel Ventania, de Athos Bulcão, e oito presentes protocolares recebidos de países estrangeiros, como vasos e esculturas, que estavam expostos em vitrines do Salão Verde no dia da invasão.
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