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“Não se pode confundir sensibilidade com fraqueza”, diz Marina Silva

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A candidata à presidência da República pelo PSB, Marina Silva, comentou em entrevista, divulgada nesta manhã de quinta-feira (25/9) o fato de ter chorado ao falar sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma recente entrevista. Marina negou que tenha demonstrado fragilidade perante os eleitores, mas que é sim uma pessoa “sensível”. A presidenciável justificou o episódio ao “pesar” das filhas delas, que usavam roupas vermelhas quando crianças, em apoio ao PT, mas que agora não têm mais orgulho do partido. A conversa é a última das três exibidas pelo jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.Lembrando do próprio Lula, que também “caiu no choro” quando recebeu o diploma ao tomar posse do cargo na Presidência, Marina recordou a vida difícil que passou, com cinco malárias, três hepatites, uma leishmaniose e o fato de ter perdido a mãe ainda na adolescência. “Ter passado o que eu passei, vir me dizer que isso é fragilidade e não me pedir para não ter emoções, sinceramente… Já vi tantos líderes chorando e não é por isso que são mais fracos ou menos fracos”, disse. “Não se pode confundir sensibilidade com fraqueza”, defendeu.

O plano de governo para a economia, segundo Marina Silva, é fazer o país voltar a crescer com baixa inflação, sendo necessário que o governo não vá “se aventurar” na política econômica e corte de gastos que causam desperdício de recursos públicos. A medida, segundo Marina, é o motor para atrair mais investimentos. “Isso só será possível com um governo que tenha legitimidade e que, de antemão, estabeleça o seguinte: nós não vamos nos aventurar em política econômica. Não vamos inventar a roda”, afirmou. Ela ressaltou que havia uma política de economia que deu certo durante o governo Itamar Franco e que passou pelas gestões de Fernando Henrique Cardoso e Lula, mas que não foi seguida por Dilma Rousseff. “A presidente Dilma é que se aventurou e agora temos um país com baixa credibilidade, pouco investimento, juros altos que favorecem o baixo investimento”, criticou. A candidata do PSB também ressaltou que deve manter a meta da inflação em 4,5% ao ano, e não uma diminuição deste patamar.

Reafirmou seu posicionamento sobre o papel exercido pelos bancos públicos, de que continuarão apenas com sua finalidade social, como o financiamento do agronegócio e de programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida, uma das principais bandeiras do governo Dilma. “O que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários; uma parte deles falida”. Ela disse que vai enviar, no primeiro mês de governo, uma proposta de reforma tributária que busque justiça, transparência e simplificação no pagamento.

Marina também foi questionada sobre o cenário de incerteza entre os empresários, que temem que, na tomada de decisões sobre infraestrutura ou agronegócios, ela sempre favoreça os ambientalistas. A candidata acredita que as duas áreas não são incompatíveis. “Não há esse dilema para produzir e proteger. As duas coisas são inteiramente possíveis”, respondeu ao rebater críticas de que teria travado licenciamentos ambientais durante a gestão como ministra do Meio Ambiente. Sobre transgênicos, ela reafirmou, como em outros debates e entrevistas, que defende um “modelo de coexistência”. “Eu considero algo que tem que ser visto com atenção e que se dê o direito ao consumidor de fazer a escolha. Por isso eu defendo o modelo de coexistência. Isso é um livre mercado. Agora impor um único modelo é que não pode ser”.

 

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